Com o surgimento e popularização da internet, acreditava-se que pessoas comuns conseguiriam em pouco tempo tornar-se Shakespeares, uma vez que todo o conhecimento humano poderia estar à disposição na rede. Atualmente podemos afirmar que foi um delírio descabido.
Odeio correntes, de todo tipo. Sejam aquelas com apresentações coloridas, foto-montagens e músicas, sempre acompanhadas de “mande de volta se for meu amigo”, que classifico como “auto-ajuda”; passando pelas “mentirosas” que prometiam sortear (e até distribuir) celulares Ericsson, notebooks HP, computadores XYZ para cada e-mail encaminhado; as que alertam para um “novo golpe” aplicado em semáforos, shoppings, prédios em que pessoas com silicone, ácido, gel de cabelo querem seu carro, cartões, etc.; e mais ainda as “benevolentes” que prometem doações de centavos (ou comida, ou tratamento hospitalar, ou mesmo escolas) para cada e-mail encaminhado ou assinatura num documento Word.
Ora, todas elas querem somente o nosso endereço eletrônico, principalmente se vier acompanhado de outros dados, como nome, ocupação, endereço, número de documentos…
O que muitas têm em comum:
– Apresentam nomes inexistentes, como a funcionária Anna Swelung da Ericsson
– Apresentam emails falsos e números de telefones com 9 dígitos, mesmo antes de haverem números celulares assim em São Paulo
– Pedem para que encaminhe a mensagem para “todos os seus contatos”
– Geralmente as informações presentes nos encaminhamentos anteriores (nome, e-mail) não são apagadas. Às vezes até pedem para que as mantenhamos.
E aí, o que se pretende com essas correntes ou com todos esses e-mails?
Vender para empresas que exploram a ingenuidade e ignorância de outros na internet! Seja para indivíduos/grupos que invadem o computador com vírus e trojans via mensagens do Serasa, Bradesco, Itaú, TAM dizendo que seu nome está sujo ou que é necessária uma atualização de dados ou de sistema ou mesmo para empresas de pirâmide (pra mim, outra forma de corrente), como a Herbalife, Monavie e a nova moda o Telexfree
Isso merece um comentário a parte…
Se fosse mesmo possível obter ganhos de três a dez mil reais trabalhando duas horas por dia, por que ainda existem empresas, escolas, instituições públicas? E por que se preocupar com formação ou capacitação, sendo que tudo o que preciso é usar minha rede de contatos (ou comprar uma) para expandir minha pirâmide/corrente?
É claro que essas empresas são lucrativas… Para os que as criaram ou fazem parte de uma seleta diretoria/coordenação! Os demais investirão muito tempo e dinheiro, perderão amizades, empregos motivados pela ganância do lucro fácil, boa retórica e quirelas jogadas amiúde a fim de manter os tolos empolgados.
Todas as correntes que recebi morrem comigo. Até aquelas criadas pela Madre Teresa e que já circularam a terra 23 vezes!
por Celsão Revoltado
Aliás, para os que têm assuntos sérios e precisam de apoio popular, recomendo o Avaaz. Essa rede possui só no Brasil mais de três milhões de membros cadastrados e possui um portal para a criação de campanhas. Pra quem não conhece, segue o link: http://www.avaaz.org/po/petition/