Estamos em ano eleitoral. E uma coisa pessimamente lamentável de nosso processo político são as acusações entre candidatos.
Ao invés de discutir-se planos de governo, metas da economia, programas de desenvolvimento; falhas do passado são escancaradas (do próprio candidato, de seu partido, de aliados); com o intuito de minar a confiança do povo naquela legenda.
Os debates entre candidatos na TV, quando contam com a presença daquele que lidera as pesquisas, também têm seu foco nas acusações mútuas e percebemos que os proponentes fogem às perguntas.
A seguir, compartilho um texto excelente do Ciro Gomes, político que respeito, sobre os recentes escândalos explorados na mídia e consequentes CPIs instauradas em ambas as casas do legislativo em Brasília; como “golpe” e “contra-golpe” aos presidenciáveis.
É triste notar que, em resposta ao escândalo metroferroviário do PSDB de São Paulo, surgiram escândalos na Petrobrás, sob a tutela da presidente Dilma, e no porto de Suape em Pernambuco, reduto do Eduardo Campos.
De modo algum sou contra as investigações e punições. Só não gostaria que o debate dos próximos meses fosse pautado por acusações, direitos de defesa e discussões vazias. Para refletir…
Moralismo a serviço da imoralidade
Essa memória me voltou por esses dias com muita força a propósito do esforço que a picaretagem tupiniquim faz para imputar em Dilma Rousseff a tisna da corrupção. É, sem dúvida, a agitação moralista a serviço da genuína imoralidade. Ou, em termos mais populares, são os corruptos na tentativa de arrastar para o seu universo podre uma pessoa clara e insofismavelmente decente.
Quem me acompanha sabe que não sou o maior entusiasta do atual governo. O leitor mais atento conhece minha opinião sobre o grande despudor com que o condomínio PT-PMDB – sejamos justos, partes grandes dele – se entranha nas tetas públicas. Mas não é possível calar diante do despudor com que a canalhocracia assesta suas baterias contra Dilma Rousseff na iminência do debate eleitoral.
E a resposta dos governistas mais apressados apenas provará ao povo brasileiro, especialmente aos jovens, aquilo que o preconceito generalizado afirma para gozo dos plutocratas: não há vida limpa na política brasileira. Vamos investigar também, além da roubalheira na Petrobras, a roubalheira no metrô de São Paulo e a roubalheira no porto de Sua-
pe, em Pernambuco. Teríamos assim, das duas uma: ou todos os três grupos que se preparam para disputar a Presidência da República são igualmente sujos e corruptos, ou, o mais provável, “vamos deixar disso” e arquivar tudo. Em um caso e noutro, irresponsáveis, o que os senhores estão fazendo é enterrar a jovem democracia brasileira.
(texto completo aqui)
por Celsão correto
figura retirada daqui
P.S.: notícia de abertura de CPIs: (1) Petrobrás, publicada em 02/04 e (2) “contra-golpe” do governo, publicado um dia após
Triste ver o ponto que a política chega, ignorar os anseios tão ou mais importantes da população, para se pautar em troca de acusações, em quanto foi o prejuízo causado por um ou por outro partido, nos desvios vários que chegam até nós. Acho errado sim, o roubo, o desvio, a compra de favores e o cala boca utilizados no meio político… Mas ainda mais errado é esquecer da população pela contra argumentação às acusações que estão sendo e serão feitas nesse período. Vergonhoso! Grande Ciro, parabéns a ele e à vocês!
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Obrigado por compartilhar o texto do Ciro Gomes. Fiquei impressionado pela transparência dele!
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