Archive for May, 2014

20140521153918451196eHá alguns dias, senti na pele o reflexo da paralisação dos motoristas de ônibus em São Paulo. Para quem não acompanhou, apesar de um acordo aceito em assembléia pela categoria, motoristas interromperam viagens e estacionaram os ônibus ao longo das muitas vias da cidade (notícia aqui)

No primeiro dia, estava no centro a caminho da Zona Norte e vi ônibus estacionando ao longo da Rego Freitas, Arouche e Duque de Caxias. No dia seguinte, deparei com a cena na avenida Eliseu de Almeida.
Mais importante que detalhes de onde e como, me imaginei em ambos os lados: na pele dos funcionários que se sentiram traídos pelas pessoas que os representam (no caso, o sindicato da categoria) e também no lado das pessoas “abandonadas” nas ruas, sem transporte público e, não raro, sem conseguir sequer voltar pra casa.

É complicado… sobretudo o lado dos usuários dos ônibus. Sem qualquer culpa, foram penalizados duramente e se viram cerceados do direito de ir e vir.
Por outro lado, defendo as manifestações e greves, pelo direito básico de discordar de uma situação injusta; inclusive defendi as manifestações do ano passado frente a colegas e amigos que criticavam exatamente o direito daqueles que não queriam participar, só queriam voltar pra casa, se locomover.

Quando assisti às entrevistas com o prefeito Haddad e o presidente do sindicato, vi a complexidade do problema: Estado paga as empresas pelo serviço prestado -> empresas definem salários dos profissionais e lucro -> é determinado o número e frequência dos coletivos e o preço da passagem -> o preço influencia diretamente no orçamento do povo, logo, não pode aumentar…
O pior… nas paralisações de dias atrás não houve prejuízo direto às empresas, aos políticos ou à cidade (fora alguns excessos e violência isolados). Somente “o povo” pagou!
E vou além, em outras paralisações ocorridas ou planejadas, como dos metroviários, policiais, professores, garis… quem “paga” a conta são os próprios assalariados, via penalização da falta de serviços.
Temo inclusive pelos movimentos legítimos, pois este “tsunami” de protestos planejados pode minar o apoio popular e até trazer um perigoso apoio à intervenções violentas e desmedidas das autoridades.

Numa análise macro-econômica, o Estado também é penalizado; pois o Mercado sofre com a diminuição da produtividade do país, o aumento dos custos da produção e a não-circulação do dinheiro. O comércio consequentemente encolhe e o crédito diminui. Mas o efeito que mais assusta os governantes é a queda da popularidade!

O que quero com esse post, além de desabafar e refletir sobre meu infortúnio em dois dias de caos na cidade? Ideias utópicas e românticas, como sempre…
– Por que não fazer “catraca livre” nos transportes públicos, em dias de greve
– E se todos seguissem a proposta do movimento Endireita Brasil, que vendeu ontem, em São Paulo, combustível sem impostos (aqui)
– Que tal cancelar todos os contratos públicos e refazê-los, contratos sérios, duradouros e passíveis de multa em caso de descomprimento.
– Investigação pesada nas licitações e empresas que prestam serviços públicos.
– Ajustes salariais automáticos, vinculados a índices econômicos. E aumentos reais vinculados a desempenho
– E pra finalizar o mais óbvio e mais difícil: ampliação do transporte público de qualidade, principalmente metrô e redução de gastos públicos

por Celsão correto

figura retirada da primeira notícia citada

homofobiaEm minha última visita ao Brasil, em abril/maio de 2014, pude constatar o óbvio: alguns discursos e pensamentos não estão presentes somente na internet/redes-sociais, mas na sociedade em “pele e osso” também. Pessoas defendendo posições e pensamentos idênticos, ou muito parecidos, naquele esquema padrão “senso comum”, “desinformação”. Entre vários destes discursos, um dos que mais me chamou a atenção foi aquele sobre homossexuais e a sua “presença” no cotidiano das “outras pessoas”. Eu nunca puxei esse assunto, mas por saberem de minhas ideologias, acho que estas pessoas se sentem “tentadas” a falar comigo sobre o mesmo.

O discurso, entre vários argumentos preconceituosos como, “eu respeito, mas beijar-se em público é falta de respeito para comigo e minha família”, ou “tem que ficar sentado no restaurante lado a lado e de braços dados?”, ou “eles tem liberdade de ficarem juntos, mas precisam querer casar ainda?”, e por aí vai, ainda ressaltava a presença da homossexualidade na mídia. Acho que em unanimidade, todos que vieram falar comigo sobre o assunto, falaram das novelas. Diziam que as novelas estão fazendo propaganda intensa, lavagem cerebral, para a sociedade achar “comum” a existência de homossexuais (e não é?). Meu coração dispara, me esforçando para deixar a pessoa concluir, sem interrompê-la com um jab de direita no queixo.
E por fim vinha o argumento falando que “quase todas as novelas da Globo” têm homossexuais agora.

Bom, ao invés de atender aos meus impulsos que pediam-me para chamar a pessoa de homofóbica, ridícula, fútil, preconceituosa, conservadora do Status Quo, homem(mulher) das cavernas, atrasada, arcaica e coisas do tipo, eu me segurava e levantava algumas coisas óbvias, tipo:

1) Se uma novela tem um ou outro casal homossexual, será que isso é “forçar a barra”, ou é simplesmente a representação da realidade? Afinal, estima-se que mais de 5% da população brasileira seja homossexual ou bissexual assumida, e este número sobe para aproximadamente 10% se contabilizarmos as pessoas que “decidem” não assumir sua verdadeira sexualidade, pelos mais diversos motivos. Será que numa novela onde vemos 50, 100, 150 casais, a existência de 1 ou 2 casais homossexuais representa, ainda que aproximadamente, a vida como ela é, ou estaria na verdade muito abaixo da média? Se for este o caso, a novela não estaria fazendo propaganda da homossexualidade, pelo contrário, estaria ainda defasada e atrasada!
@ahhh, mas teve uma que o protagonista era homossexual… explica isso agora, Miguel!?!?!?
-> Pede para DEUS te explicar, antes de sua próxima encarnação, criatura amaldiçoada. Qual o problema de um gay ser protagonista de uma novela, filme, música, quadro ou poema???

2) E os travestis? Os transsexuais? E os bissexuais? E aqueles que vivem relacionamentos abertos? E as pessoas Poliamor, sejam elas heterossexuais, homossexuais ou bissexuais?
A representação destes “grupos”, a mim, parece ainda estar esquecida, apesar de estarem cada vez mais presentes na sociedade e representarem algo “muito mais que comum”.
Portanto, mesmo as novelas mostrando um pouco dessa sexualidade “menos convencional”, ainda continuam muito atrasadas. Se pensarmos então na opinião daqueles que estão achando as novelas “muito pra frente” neste sentido, aí nem se fala, é arcaica e retrógrada ao extremo.

3) Por fim, você respeita o homossexual, mas longe de você, né? Hipocrisia pura! Você acha que homossexual não pode beijar na boca em público, sequer fazer carinho. Não pode aparecer na novela nem na TV, nem em filmes, e usa como argumento sua “família”, seus “filhos”, como se, ao ver uma mulher beijando outra, ou um homem beijando outro, seu filho(a) fosse, de repente, “virar” gay!
Amigo(a), sinto muito lhe informar, mas se ele for gay, NADA que você fizer mudará isso. Não será a TV, não será o que ele vir em lugar algum. O único jeito de você “curá-lo”, é matando o mesmo, como no filme Orações para Bobby. (Clique AQUI para assistir a esse maravilhoso filme no youtube)

Cansado dessa sociedade que insiste em não evoluir. E tem gente que acha que a questão é política. Tem hora que cansa…..
Não, a questão é moral, ética social, senso crítico, se sentir parte integrante de um TODO, saber que o outro poderia ser você, e compartilhar das dores e anseios dele, como se fossem seus. TUDO, mas TUDO que eu defendo, tem a ver única- e exclusivamente com isso.
E realmente, não tenho mais paciência com gente babaca, pobre de espírito, maldosa, maquiavélica, hipócrita, individualista, dissimulada, desonesta intelectualmente. Recentemente tenho selecionado muito bem quem entra em meu círculo de amizade e de convívio, e pessoas que apresentam tal linha de pensamento estão definitivamente fora! O mundo é composto por 7 bilhões de pessoas, tem muita gente interessante por aí, para perder tempo com gente arrogante e preguiçosa, que desperdiça sua vida em posturas arcaicas.

-> Nossa Miguel, você tá nervoso né?
Querido(a), quem me conhece sabe que estou escrevendo isso tudo feliz da vida, morrendo de rir, e com uma paz interior sem precedentes. Pois não há nada melhor que ter paz na alma, se sentir em harmonia consigo mesmo, entender o movimento do universo e saber entrar em sincronia com ele.
Essas colocações não são emocionais, mas sim racionais e objetivas.

por Miguelito Nervoltado

figura daqui

Violencia X midiaÉ inegável que nossa percepção da violência no Brasil, é de que a mesma tem aumentado substancialmente nos últimos anos.
Até mesmo eu, por passagem de férias no Brasil, tive essa impressão ao ver minha pacata cidade de Ubá vivendo momentos de guerra entre polícia e traficantes, e arrastões no centro da cidade.

Porém, até que ponto nossas percepções/sensações seriam somente pontuais (em nossos estados, cidades, comunidades, ou bairros) e portanto talvez não representem a realidade de toda a Nação? Até que ponto, o cada vez mais claro sensacionalismo midiático não interfere em nossas “impressões”, nos convencendo que a coisa está pior do que realmente é?

Até que ponto somos influenciados por nossos amigos, conhecidos, colegas, que se deixaram cair no desespero propagado pela mídia, e assim acabam nos influenciando com os seus próprios medos? Até que ponto não nos influenciamos uns aos outros?

Sei que é difícil avaliar a “violência” como um todo. A violência é composta por agressões físicas, agressões verbais, assaltos, furtos, ameaças, violência contra a mulher, contra homossexuais, contra negros, contra índios, violência policial, taxa de homicídios, violência no trânsito, e por aí vai… Portanto, precisaríamos avaliar um por um destes componentes. Mas, na minha singela opinião, uma variável que pode nos trazer uma boa ideia da realidade, seria a taxa geral de homicídio. .

Desta forma, fiz uma breve pesquisa e achei um estudo realizado pela Secretaria Nacional da Juventude, vinculada ao Governo Federal. Acesse o mesmo AQUI.
O Documento é extenso, não o li por completo. Mas busquei pontos-chave relacionados ao que eu procurava, e encontrei, na página 21, um gráfico que possui, entre outras informações, a taxa de homicídio em valor absoluto e em percentual (a cada 100.000 habitantes).

Se olharmos o gráfico veremos que do período de 1980 até 1990 (fim da ditadura militar e Governo Sarney), a taxa de homicídio no Brasil subiu de 11,7/100.000 habitantes, para 22,2, ou seja, um aumento de 89,9%.
De 90 até 2000(Collor, Itamar e FHC), subiu de 22,2 para 26,7, aumento de 20%.
E de 2000 até 2011 (fim de FHC, e governo Lula), subiu de 26,7 para 27,1, aumento de 1,6% (ou seja, se manteve praticamente estável, não melhorou, mas também não haveria piorado, como branda a maioria das pessoas).

Conclusão: Esse “absurdo aumento” da violência no Brasil nos últimos anos, pode não ser real, mas sim muito mais fruto de nossas impressões influenciadas, em muito, pela mídia sensacionalista, que além de querer vender notícias (sabendo que o “sangue” vende bem), quer também gerar medo e pânico, o que desestabiliza a sociedade e consequentemente o Governo vigente (e qualquer pessoa com suficiente informação e que seja honesta intelectualmente sabe, que a Grande Mídia brasileira faz dura oposição ao Governo atual). Além disso, o medo gera ansiedade, o que leva ao consumo desenfreado (tão bom para as grandes empresas – elite) o que também é vantajoso para a mídia, que é patrocinada por estas empresas.

Gostaria de salientar que, muitos dirão que estes dados mostrados acima podem ter sido manipulados, afirmação com a qual concordo plenamente. Outros dirão que a polícia deixa de registrar muitos casos de violência e/ou homicídio, a mando dos governos dos estados e prefeituras, ou muitas vezes, por falta de estrutura ou competência. Também concordo com isso.
Mas penso que manipulação de dados sempre houve, e sempre vai haver. E não penso que atualmente essa manipulação seja pior que antigamente. Portanto, mesmo manipulados, os dados científicos vindos de estudos sérios e respeitados, ainda são a melhor forma de nos aproximarmos da realidade.

Vale à pena ao menos refletir sobre isso, não acham?

* Segue aqui o link de um vídeo de apenas 6 minutos, retirado de uma palestra com o filósofo Eckhart Tolle, onde ele fala da violência na mídia, o que isso nos causa, e quais são nossas responsabilidades enquanto seres pensantes para reduzirmos nossa demanda por violência e podridão, e assim, enfraquecermos o negócio tão lucrativo, que é disseminar ódio e futilidades através da mídia. Clique AQUI

* Aqui, dei foco na análise das nossas “percepções, impressões, sensações” a respeito da violência. Por não querer prolongar o texto, não caí em outras abordagens bem diferentes, como por exemplo: Como a violência disseminada pela mídia corrobora diretamente para o aumento da violência efetiva? De tanto presenciar algo, sabe-se na psicologia que este algo acaba se tornando banal. No caso da violência não é diferente. De tanto vermos violência na mídia, acabamos nos tornando mais violentos, e isso acaba por se tornar normal/banal.

por Miguelito Formador

figura retirada daqui

Conchita-Wurst-Life-_Ball_-233x300A foto ao lado é de uma cantora. Na realidade uma personagem criada pelo cantor gay Thomas Neuwirth.
Pois bem, esta cantora ganhou o Festival Eurovisão da Canção 2014, concurso europeu tradicionalíssimo, onde já brilharam a banda ABBA e cantores como Celine Dion e Júlio Iglesias.
Espantoso, não?

A imagem da barba (verdadeira) e do cabelo (verdadeiro, porém implantado) é chocante e até bizarra, digo sem medo de receber críticas, ou de causar polêmica. Mas, apesar disso tudo e de ser Austríaca, Conchita Wurst foi escolhida a melhor no torneio, por sua voz, seu talento e seu desempenho no palco!

Ao receber o prêmio, a cantora dedicou-o àqueles que sonham com um futuro livre de discriminação.
Quanto ao visual, ela própria se diverte com os comentários: “Ao longo dos anos tentei encaixar-me (…) e fazer parte do jogo. De repente, descobri que podia criar as minhas próprias regras”.

Bem… Toda essa minha introdução visava apenas formular as seguintes perguntas instigadoras:
Como seria avaliada a cantora no Brasil?
Como seria encarada pelo público uma classificação num desses shows de talento ou programa de calouros?
Será que ela seria avaliada da mesma forma com esta aparência andrógina?

Digo que não estamos prontos pra Conchita.
Que mesmo com críticas a Felicianos e manifestações contra a homofobia e contra a violência à gays, há uma distância considerável até que encaremos a foto de Conchita com naturalidade.
Assumo que a vi com desconfiança na primeira vez, não sabia como classificá-la, como rotulá-la…
Nós humanos pré-julgamos normalmente, posicionando a imagem em “caixas” conhecidas e emitindo valor à imagem: cantora, mulher, vestido, boa voz, barba (!?!). Sair dessa zona de conforto e encarar o estranho, o desconhecido, carece de mente aberta e muito exercício de não-julgamento.

E você, o que pensou sobre a foto da cantora austríaca?
E se a tivesse ouvido apenas, de olhos fechados?

por Celsão correto

figura retirada daqui
P. S.: para ouvi-la, segue link do YouTube.

voto-nulo1Eleições se avizinhando… E, mesmo com a Copa “no meio”, aquele discurso de voto nulo que tanto me incomoda, volta à tona.
Porém, infelizmente, noto esta manifestação pior agora que antes… Seres esclarecidos e instruídos pregam não haver diferença entre políticos e partidos; e assumem a posição de não participar da democracia.

Não serei demagogo em pregar a importância do ato relembrando ditaduras, crimes hediondos e contagens confusas mundo afora. Mas gostaria de lembrar um texto que paira em minha mente desde a infância. É a descrição do analfabeto político de Bertold Brecht.

O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.
(Brecht foi um pensador e dramaturgo alemão da primeira metade do século passado – wikipedia).

Ou seja, é simples…
Se as pessoas que são capazes (ou se julgam capazes) de operar mudanças não votam, os outros votam e o círculo vicioso se perpetua.
Como escreveu um amigo numa discussão solitária com outros tantos que pregavam a ineficiência do voto no Brasil: “dizer que não há diferença entre as pessoas que elegemos é a forma mais simples de sair pela tangente e deixar que os outros decidam por você”.

Outro ponto a discutir e refletir, o chamado “voto de protesto” em artistas e celebridades…
É triste, mas o sistema brasileiro privilegia o partido que consegue um grande número de votos e transforma o quociente eleitoral recebido pelo partido em inúmeras vagas nas Câmaras e Congresso. Ou seja, um deputado eleito com votação recorde, certamente levará consigo outros que sequer receberam votos dos familiares.

Aconteceu com o Enéas Carneiro (lembram-se dele?); fundador do PRONA, que depois de concorrer a algumas eleições para presidente, lançou-se candidato à Câmara dos Deputados. Votação gigantesca. Com mais de 1,5 milhão de votos, Enéas “carregou” outros sete deputados do PRONA consigo. Que, logo após, mudaram de partido e abnegaram o próprio tutor e as próprias convicções do partido que os elegeu…

Assumo que “caí neste golpe”. Porém não como forma de protesto. Julguei que o Dr. Enéas se cercaria de pessoas com os mesmos ideais e objetivos, e que a mini-bancada seria uma opção barulhenta e incorruptível no mar das falcatruas e conchavos.
Me enganei! Creio inclusive que o próprio Enéas também foi ludibriado pelos que o cercavam; mas havia ali uma boa intenção.

Minha proposta aos leitores instruídos e capazes é simples: votem!
Analisem, critiquem, citem nomes aos amigos; perguntem aos políticos sobre temas que vos interessa, ou simplesmente sobre temas complicados a eles, como fidelização partidária, política de coalizão entre o governo e partidos de maioria no Congresso, gasto inapropriado de verbas públicas ou de gabinete, redução destas verbas.

Uma pergunta que fiz certa vez, foi: “o senhor aceitaria o cargo de deputado caso seguisse com o mesmo salário que recebe hoje?”

Só essa pergunta pode render frutos interessantes…

por Celsão correto

figura retirada daqui, onde há um post bem parecido com esse, de 2012

P.S.: em tempo, recebi um texto de um blog, criticando a posição do cantor Ney Matogrosso sobre o tema. A posição foi tomada numa entrevista à Folha (aqui), participaram também Zélia Duncan e João Bosco. Pra quem quiser ler a crítica do blog, segue.

P.S.2: além de defender o voto, e o voto útil, defendo também, como muitos, uma reforma política de base e o chamado voto distrital, que impediria um candidato da região “x” de ser eleito com votos de outras regiões. Mas não acho que estamos preparados para voto não-obrigatório, por mais que soe bem pregar isso ultimamente.

Pirâmide_SocialQue vivemos em mundo injusto, cruel, desumano, desigual, bárbaro, quase todos nós humanos concordamos. Porém, ao propormos soluções para que estes problemas sejam amenizados e tenhamos um lugar melhor para se viver no futuro, as divergências começam a aparecer.
Há aqueles que acreditam na caridade como forma de solucionar os problemas do mundo (já escrevi sobre isso AQUI). Há aqueles que acreditam no poder da oração. Há aqueles que acreditam na meditação. Há aqueles que acreditam numa mudança de comportamento, buscando uma forma mais bucólica e natural de vida. Há quem não acredite em soluções e que estejamos fadados ao desaparecimento, extinção.

Eu acredito que a única ferramenta capaz de causar mudanças no Status Quo, enfraquecendo o sistema vigente onde poucos tanto têm e muitos nada têm, é a educação crítica em paralelo com ações governamentais progressistas em prol das minorias.

O mundo caminha cada vez mais para uma manipulação em massa das sociedades, uma vez que é interesse da elite que os sistemas educacionais se degenerem em qualidade para que os alunos se tornem especialistas em determinadas áreas, mas sejam completamente alienados e acríticos com relação ao mundo como um todo. Assim, as escolas a cada dia mais, formam ótimos especialistas, mas péssimos seres humanos.

Em paralelo a isso, a mídia convencional desempenha cada vez mais um papel de geração de medo, ódio e sentimento de caos, o que impulsiona e estimula o consumo desenfreado, tão lucrativo para as grandes empresas e bancos, mas nada sustentável para a sociedade e para o meio ambiente. Sabe-se ainda que a mídia deslumbra e ludibria as sociedades com seus programas sensacionalistas e pobres em conteúdo, o que gera seres humanos incapazes de raciocinar, e hipnotizados com as telinhas.

Essa mesma mídia é tendenciosa e parcial, pois assim como qualquer empresa, defende os interesses daqueles que lhes pagam, no caso, seus anunciantes e patrocinadores, que são as grandes empresas, o capital privado, também conhecido como elite. Assim, a mídia raramente é pró-sociedade, pois ela é pró-capital privado, o que significa em outras palavras, pró-elite.

Essa combinação, sistema educacional degenerado + mídia manipuladora, gera uma sociedade perdida, que não tem sequer consciência que não são donos de seus próprios destinos, nem de suas próprias vontades.

Por isso, tenho plena convicção que se queremos um dia viver num mundo melhor, precisamos lutar pela educação crítica da sociedade, com forte foco em ética, moral, consciência política e consciência social, pois além de tudo, de uma sociedade consciente, florescerão também políticos conscientes que usarão o Estado cada vez mais em prol de gerar equilíbrio, justiça e igualdade em todos os níveis e patamares da sociedade.

Obs.: Por falar em ter sonhos e utopias, aproveito para indicar um excelente e sensato texto do religioso e filósofo Leonardo Boff, que muito tem a ver com o que acabo de escrever. Clique AQUI

por Miguelito Formador

figura retirada do perfil do facebook