JN e os presidenciáveis de 2014 – A arte da semiótica

Posted: August 23, 2014 in Mídia, Política
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Globo_MídiaDaqui de longe, não pude assistir ao vivo as entrevistas do Jornal Nacional com os presidenciáveis. Porém, num fim de tarde, assisti às 3 principais de uma vez só através da internet. O fiz na sequência: Aécio, Campos e Dilma.

Num primeiro momento, notei pouca discrepância na conduta das entrevistas, e pensei até estar havendo bastante imparcialidade por parte dos entrevistadores. Mas depois, revi alguns trechos das três, e já comecei a notar leves diferenças, nuances que exigem muita atenção para serem notadas.
Daí, para complementar, busquei artigos críticos, artigos estes escritos por especialistas no assunto, para tirar a dúvida se algumas mensagens escritas nas entrelinhas me passaram despercebidas. O resultado foi que sim, eu fui feito mais de bobo do que eu imaginava.

Quero abordar dois pontos específicos:
O primeiro é a conduta padrão dos entrevistadores em todas as entrevistas.
O Segundo é a diferença das entrevistas de Campos e Aécio, comparativamente com a entrevista da Presidente Dilma.

Conduta padrão das entrevistas

Os entrevistadores fazem perguntas já indicando qual a resposta correta, inserindo nas perguntas uma série de premissas nas quais querem nos fazer crer como verdades. Assim, o telespectador já é previamente induzido a pensar na solução para a pergunta, e aguarda que o entrevistado responda aquilo que espera. Caso isso não ocorra, o telespectador se frustrará e achará que o candidato está viajando na maionese, e portanto, está despreparado.
Não por coincidência, mas muito bem premeditado e em sintonia com o editorial e ideologias da emissora, essas premissas/preconceitos inseridos nas perguntas, levam normalmente a crer que ações neoliberais, pró-capitalismo, a favor das grandes empresas, contra os direitos trabalhistas, a favor da austeridade, a favor do capital estrangeiro, contra um Estado forte e protecionista, contra os avanços sociais, contra uma sociedade mais justa e igualitária, seriam as ações corretas para solucionar os problemas.

Exemplos:

1. Entrevista com Aécio Neves (Clique AQUI)

a) Na primeira pergunta de Bonner ele diz que, segundo economistas, para resolver os “problemas” da economia brasileira é necessário que o Governo realize um corte profundo de gastos, ou seja, assumir políticas de austeridade. E então pergunta a Aécio, se ele terá coragem de tomar tais medidas, ou não as tomará para não ser impopular.
-> Ora bolas, onde está a opção de resposta: “Bonner, discordo que austeridade seja necessária para resolver problemas econômicos!”?
Bonner assume que só há um jeito de resolver os problemas da economia: aplicando medidas de austeridade. Mas Paul Krugman, prêmio Nobel de economia em 2008, condena medidas de austeridade. Ignora que a austeridade em Portugal, Grécia e Espanha, está exterminando estes países. Cada vez mais economistas convergem nos malefícios de políticas de austeridade.

b) Bonner insiste na necessidade de redução de gastos públicos, no minuto 3:10.

c) Poeta começa aos 4:17 min sua pergunta sobre corrupção. Apesar da pergunta ser ao candidato do PSDB, ela cita diversas vezes o PT, para que o telespectador não se esqueça que o PT “também” tem casos de corrupção. E no fim, ela ajeita a bola novamente para Aécio chutar, ao pedir a ele que explique por que o PSDB é diferente do PT. Ele responde, obviamente, que a diferença é que o PT foi condenado pelo STF, e era justamente a resposta que o telespectador esperava. Pum! Imparciais…

d) Aos 10:55 min Poeta traz o tema Programas Sociais. Fala que Aécio promete manter os programas sociais criados pelo PT. E ao invés de concluir a pergunta de forma a exigir uma resposta nessa área, ela abre a oportunidade de Aécio desviar, quando ela diz “por que esses eleitores iriam querer mudar de presidente”?
-> Aécio aproveita a oportunidade e desvia, mudando de assunto e falando de economia e outras coisas, e não foca em Programas Sociais.

2. Entrevista com Eduardo Campos (Clique AQUI)

a) Na primeira pergunta de Patrícia Poeta, a qual começa aos 0:45 min, ela pontua ao candidato algumas propostas sociais do mesmo que gerariam aumentos de gastos públicos. Na sequência ela lembra ao candidato que ele promete baixar inflação. E então, de forma extremamente parcial e tendenciosa, ela diz que, segundo economistas, para baixar a inflação é necessário cortar gastos públicos, e não aumentar os mesmos (novamente fazendo o telespectador crer que somente políticas austeras podem salvar a economia). E pior, completa perguntando ao candidato, qual promessa ele não irá cumprir. Ou seja, ela conclui que, de um jeito ou de outro, ele estaria mentindo e enganando o eleitor!
-> Ora, a premissa é falsa, pois controle de inflação não é feito somente através da variável “controle de gastos públicos”.  A equação da inflação possui diversas variáveis, como por exemplo: taxa de juros, relação monetária para com o dólar, gastos públicos, especulação acionária, crescimento econômico, aumento do poder aquisitivo do cidadão, valor dos tributos sobre bens básicos (cesta básica), estímulos à produtividade, custos da produção, etc.
Portanto, Campos não precisaria necessariamente estar mentindo ou delirando, pois ambas as ações prometidas por ele podem sim serem feitas em paralelo.

b) Aos 4:10min Patrícia diz que o próximo ano será difícil, ajeitando a bola para Campos falar que sim, assim como este ano já está sendo difícil, por culpa do atual Governo.

c) Aos 8:11min Patrícia, de forma petulante e desrespeitosa, acusa Campos de ter colocado pessoas dentro do TSE para julgarem as contas dele mesmo, Campos.

3. Entrevista com Dilma Rousseff (Clique AQUI)

a) Na primeira pergunta, quilométrica (1:07 min), Bonner não só aponta que o Governo Dilma sofreu com diversos escândalos de corrupção, como faz questão de pontuar cada um deles. E depois provoca dizendo que parece que o PT descuida da questão ética e da corrupção.
-> Para o telespectador fica bem claro que o PT teve diversos escândalos de corrupção, pois é mais corrupto. Bonner ignora a intensificação da vigília à corrupção feita durante governo Dilma, e que isso gera, obviamente, a descoberta de esquemas ilícitos.

b) Nos 4:18 min, Bonner diz e insiste que as medidas de combate à corrupção foram tomadas depois dos escândalos, mesmo Dilma dizendo que isso não é verdade, que houveram medidas  tomadas antes.

c) Na série de perguntas de Patrícia Poeta sobre saúde, ela dá ênfase no fato do PT ter governado por 12 anos, e mesmo assim a saúde do Brasil estar um caos. O telespectador acredita assim que o PT nada fez pela saúde. Patrícia Poeta repete diversas vezes “12 anos de governo”, não dando outra chance ao telespectador, senão a de acreditar que 12 anos é uma eternidade e que o PT é incompetente. Não há diálogo. Os entrevistadores não estão interessados em falar da saúde do Brasil como um problema estrutural, carregado há décadas, séculos. Não faz comparações se houve melhorias ou não. A intenção é clara: culpar Dilma por termos um sistema de saúde problemático.

d) Nos 13:10, Bonner inicia sua pergunta sobre economia. Percebam nesta pergunta, as diversas entonações de Bonner: “Inflação NO TETO” bem prolongadamente, “economia com projeção de crescimento BAIXÍSSIMA”. Aos 13:55 min Bonner volta a mencionar que analistas (como se fosse um consenso) dizem que 2015 será um ano difícil, e aproveita para falar de cortes e sacrifícios, ou seja, voltou na austeridade. E conclui a pergunta, aos 14:07 min, ironizando a presidente por ela dizer que essas afirmações são “pessimismo”. Reparem, ainda no fim desta pergunta, como Bonner desafina a voz várias vezes, dando um tom de “obviedade” naquilo que se afirma, e ao mesmo tempo, um tom de deboche às afirmações da presidente.
Interrompe a presidente, em tom desafiador, aos 14:55 min, repetindo que a inflação está alta, e que há “ameaça de desemprego ali na frente”.

Especificidades da entrevista com a Presidente Dilma

No Jornalismo, existe uma técnica chamada de Semiótica, que consiste no trabalho e manejo da linguagem, gerando as assimilações desejadas (pelo jornalista) na mente do leitor ou telespectador.

Normalmente a semiótica passa despercebida ao consciente de um leigo, mas é assimilada pelo seu subconsciente. Assim, sem “deixar na cara”, o jornalismo ou marketing, é capaz de manipular a opinião das pessoas. Por isso é difícil notar a parcialidade dos entrevistadores e da emissora.
Propositalmente, o JN assume uma postura “agressiva” num geral, para causar a impressão de que todos os candidatos tiveram o mesmo tratamento. Mas se olharmos cuidadosamente aos detalhes, vemos que isso é uma máscara para a semiótica entrar como um vírus em nossas cabeças.

Vamos a alguns números:
1) Bonner faz uma pergunta de 1 minuto e 7 segundos à Dilma, disparada a pergunta mais longa de todas as entrevistas. Uma pergunta tão longa assim, carrega um monte de informação, dificultando a resposta eficiente e focada do entrevistado, e dá espaço para o entrevistador manipular a opinião do telespectador.

2) Nas entrevistas com Aécio e Campos, houveram 5 interrupções em cada uma delas. Na entrevista com Dilma, houve 21 interrupções. Pode-se argumentar aqui, que isso se deve à prolixidade de Dilma, no que concordo. Mas será que isso justifica as 21 interrupções, mais de 4x mais que as para com os outros candidatos?

3) Com Dilma, a palavra corrupção foi citada 13 vezes. Com Aécio surgiu 3 vezes, sendo 1 vez relacionada ao PT (ou seja, já na entrevista de Aécio, o PT já era atacado pelos âncoras). E com Campos, nenhuma vez.
Além disso, com Dilma, durante 7 minutos e 16 segundos, ou seja, metade da entrevista, o tema foi corrupção.
Se você acha que isso é justificável, pois compartilha da ideia de que o PT é  o partido mais corrupto do Brasil, clique AQUI, AQUI e AQUI para ver alguns rankings de corrupção.

4) Enquanto usaram metade da entrevista para tratar de corrupção, não foi feita à Dilma sequer uma única vez alguma pergunta sobre seus projetos, e o que ela pretende fazer para mudar e melhorar o País. Não estou falando aqui dos 1,5 minutos finais, fornecidos a todos entrevistados. Estou mencionando a janela da entrevista, com perguntas e respostas, onde para os outros candidatos, foram feitas perguntas onde lhes era pedido que explicassem como eles melhorariam o Brasil. Com Dilma, isso não existiu. Foi só acusação, artilharia.

Não pessoal, a Globo não foi imparcial, e não é digna de qualquer reconhecimento. Vocês foram enganados cheirando uma rosa linda, porém com polens venenosos.

por Miguelito Formador

@ Acesse AQUI o artigo do Celsão sobre as entrevistas, com uma visão um pouco diferente da minha.
@ E para ler duas análises excelentes sobre o mesmo assunto, clique AQUI e AQUI.

figura daqui 

Comments
  1. filipe says:

    muito bom o texto, ta de parabens !!

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  2. Clara says:

    Nossa, que chatice. Quanta vontade de ver conspiração, de dizer não a Globo ou ao McDonalds. Troca o disco, bicho! Quando você diz, por exemplo: “ela cita diversas vezes o PT, para que o telespectador não se esqueça que o PT “também” tem casos de corrupção”. Como é que você pode saber que ela cita o PT PARA isso? Você é vidente agora? Tem vários desses tipos de wishful thiking pelo post. Dá um tempo.

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  3. Flavio says:

    Não tenho conhecimento para descobrir essas artimanhas jornalísticas, mas acho muito mais proveitoso os debates na Band, porque existem perguntas de jornalistas sim (que podem ser tendenciosos também), mas existem perguntas também entre os candidatos, existe mais dinamismo (na minha opinião). Me parece mais esclarecedor e menos tendencioso.
    Gostei das suas conclusões, não consegui enxergar metade do que viu rs. Não tenho nada contra o PT, como parece ter a rede Globo, mas acho que está na hora de sangue novo… não sei se ambos os concorrentes ao PT tem condições de assumir e gerir nosso país, mas sou adepto à mudanças de vez em quando, desde que não se desfaça o muito que vem dando certo.
    Parabéns pelo texto.

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    • oespblog says:

      Obrigado pelo comentário, Flávio.

      Também sou a favor da rotatividade, mas penso que esta seja somente uma variável desejada no processo eleitoral/político. Existem várias outras variáveis a serem consideradas, e que têm mais prioridade/importância que a rotatividade. Eleger qualquer pessoa, somente com o discurso de ser pró-rotatividade, penso ser um equívoco.
      Só para ilustrar, imaginemos a Alemanha: Angela Merkel já está em seu terceiro Governo consecutivo (na Alemanha a reeleição é permitida diversas vezes). Imaginemos que frente a ela, só exista um adversário político nas próximas eleições, e que ele seja um membro do partido de ultra-direita ou neonazista. Será que em prol da rotatividade, vale à pena votar neste candidato? Ou neste caso, há outras variáveis de maior peso, que nos fariam votar em Merkel novamente?

      Penso que no Brasil, temos um cenário parecido no momento. Obviamente, menos exagerado, mas parecido.

      Novamente, agradeço.
      Atenciosamente

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  4. llcarnelos says:

    Belo texto companheiro. Gostei principalmente da metalinguagem de usar a semiótica para explicar o que é semiótica. Por que ao chamar redução de gastos, que é uma coisa boa sempre, de medidas de austeridade, que é uma expressão bem pejorativa é uma tremenda semiótica, não concorda?
    Eu fico até encabulado de explicar o porquê redução de gastos é uma coisa boa sempre, pois este é um conceito contábil tão simples, mas vamos lá: se você reduz os gastos, sobra mais dinheiro para os investimentos, acontece que por definição, não existe retorno algum nos gastos, e nos investimentos existe. Se um país, uma empresa, ou uma pessoa quer crescer e se desenvolver, sim ela sempre deve reduzir seus gastos para aumentar o investimento.
    Quem usa o termo pejorativo: medidas de austeridade normalmente são economistas de esquerda, que gostam de inflar e carregar a máquina pública. Como pega mal falar que tal pessoa, ou tal partido é a favor do aumento dos gastos, diz-se que tal pessoa é contra as tais medidas de austeridade, por que soa muito melhor, não concorda também?
    Os países da Europa citados estão quebrados, e a redução de gastos (medidas de austeridade, pra alguns) é quem está tentando salvar a vida financeira destes países, o que não é nada fácil.
    Agora vou usar a semiótica deste conceito de forma inversa. Se você é contra a redução dos gastos públicos, então você é favor do aumento de impostos? A conta tem que fechar… Você é a favor do aumento dos impostos no Brasil?
    Pois é camarada, semiótica no dos outros é refresco.
    Saudações Cordiais.

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    • oespblog says:

      Caro Carnelos, obrigado pela participação.

      Como mencionado brevemente no artigo, cada dia mais é consenso dos economistas do mundo que a austeridade aplicada ao Poder público, se não for muito específica e pontual, gera um desastre na máquina pública, na economia e na sociedade. E volto a mencionar o Paul Krugman que ganhou prêmio nobel de economia em 2008 (mas poderia mencionar tantos outros grandes economistas vivos, assim como já falecidos, como Keynes). Krugman um crítico ferrenho da austeridade, e já previu a austeridade na Europa antes dela começar a ser implantada, e avisou sobre seus futuros danos.
      Segue aqui, a título de ilustração, um artigo de Krugman onde ele disserta um pouco sobre a austeridade: http://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/onde-estao-os-sucessos-da-austeridade-por-paul-krugman

      Aplicar conceitos de contabilidade em Governos e Estados, como se aplica dentro de casa ou numa empresa, é um equívoco tremendo, e penso que você saiba disso.

      Atenciosamente

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      • llcarnelos says:

        Caro,
        Apesar de achar o texto que você indicou muito bem escrito, eu não concordo com ele e vou te explicar o porquê. Eu vivenciei um exemplo prático em que a redução de custos foi extremamente benéfico, e foi no Estado de São Paulo durante o governo Mário Covas.
        Ele assumiu um estado completamente quebrado, inchado e endividado. Oito anos da dupla Quércia / Fleury foram catastróficos para São Paulo e só pra exemplificar caso você não lembre, a dupla foi capaz de quebrar empresas como VASP e BANESPA.
        Pois bem, durante seus dois primeiros anos de mandato, o governador Mário Covas não fez nada, a não ser colocar as contas em dia, reduzir os gastos, desinchar a máquina pública, reduzindo desperdícios e aumentando eficiências. Depois disso, com as contas em dia, o governo passou a ter dinheiro para fazer novos investimentos e o Estado cresceu como nunca, quase que ressurgindo das cinzas.
        Independente das finanças pessoais, ou de uma empresa, ou de um governo; a redução de custos para ter mais dinheiro para os investimentos é sempre positivo. Outro ponto que vale ressaltar é a Lei da Responsabilidade Fiscal, que por mais óbvia que pareça, prega que governos devem gastar no máximo aquilo que arrecadam e nada mais. Dependendo do que for, alguma pequena alavancagem num investimento pode até ser aceitável, agora, gastar (ao invés de investir) com dinheiro emprestado, aumentando a dívida pública interna é a forma sorrateira e irresponsável que o atual governo encontrou de violar a Lei da Responsabilidade Fiscal. Não vou passar link nenhum não, procure se informar sobre o que aconteceu com a dívida interna e com o PIB nos 2 últimos anos (2013 e 2014). Aumentar os gastos públicos como você sugere ao criticar as “medidas de austeridade” podem trazer benefícios em curtíssimo prazo para a economia, mas são catastróficos a médio e longo prazo. Quero que você se lembre deste comentário quando no meio de 2015 o Brasil estiver em recessão. E não estou torcendo contra o país não, a recessão está aí batendo a porta e cairá na mão do candidato(a) eleito, quem quer que seja.

        A propósito, sinceramente não entendi a sua menção ao Keynes… O consenso que você menciona só pode ser entre os economistas de esquerda, certo?

        Saudações Cordiais,

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  5. llcarnelos says:

    Hum! Parece que meu exemplo do Mário Covas não foi muito bem aceito, então vou mencionar outro exemplo para reflexão, aqui no Brasil mesmo, sem recorrer a falácias de autoridade. O Brasil teve uma década de crescimento suntuoso durante a ditadura militar, o famoso milagre econômico. Porém, a dívida contraída naquela época teve que ser paga a custa do suor e do trabalho dos brasileiros durante as três décadas seguintes, com grande desemprego, hiperinflação, corrida aos supermercados. É lógico que gastar indiscriminadamente traz benefícios imediatos para a economia, mas e depois? Quem paga a conta? Será que vale a pena?

    Não se esqueça também da diferença básica entre investimento e gasto. Investimento dá retorno, gasto não dá retorno. Construir um aeroporto, um porto, uma estrada (de preferência em território nacional) dá retorno, construir um estádio não. Investir na educação dá retorno, benefícios sociais não.

    Ok, eu exagerei um pouco ao listar os benefícios sociais como gastos pura e simplesmente. É fato que o bolsa família gerou sim um crescimento baseado em consumo, mas infelizmente esta política econômica tem limites e estamos chegando a eles. Enquanto não houver investimento pesado em educação, e incentivos a indústria de forma a absorver o aumento da mão de obra qualificada, o país não resolve seu problema de forma perene.

    E pra terminar, algum comentário sobre a recessão? Não vale vir com o papo de recessão técnica, por que este é mais um artifício sorrateiro de maquiar indicadores. Recessão é recessão. Só no Brasil mesmo, o único país onde a expressão “campeão moral” existe.

    Saudações Cordiais

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  6. Fanatismo CEGA ! says:

    Petista tem por essência o fanatismo … vai caçar entrelinhas na conduta do governo do PT. Acha que “bolsas tudo” é pra ajudar o povo por simples caridade? Acha que propaganda de Petrobrás, Banco do Brasil, Caixa e Correios é pra que? Não precisa gastar milhões e milhões do nosso dinheiro pra divulgar essas marcas, ainda mais de forma enganar o povo, como no caso da Petrobras, no meio a escândalos e prejuízos me jogam varias propagandas de sucesso e progresso da mesma. O PT é o partido de DEUS e Lula é Jesus Cristo! Quero ver quando o galo cantar 3 vezes em meio a um desmoronamento do país se todos esses petistas que se acham “cult” vão se mostrar e dar a cara a tapa!

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