Eu queria não falar de política, não falar de Cunha, não falar de STF, nem do Congresso.
Queria não falar de desmandos, picuinhas, manipulações, desrespeitos e “jeitinhos”.
Por isso, decidi começar falando de futebol…
Mesmo após os recentes escândalos envolvendo a entidade máxima do esporte e demais entidades locais e regionais, resultando em prisões (como a de José Maria Marin, presidente da CBF) e investigações pesadas (por exemplo, da Alemanha, que supostamente comprou votos para ser país sede em 2006), nosso esporte preferido segue na mesma toada: recente veiculação na mídia denuncia que todos os clubes paulistas com direito a voto, votarão em conjunto no candidato “apadrinhado” da situação, ou seja, de Marco Polo del Nero e Marin: Coronel Nunes (notícia aqui)
Não diferente da situação política da Nação, os clubes de São Paulo optam por prováveis regalias na escolha de árbitros, calendário, horários de jogos, transmissão de TV. Optam pela manutenção do status quo, pela hipocrisia, pela mesmice, pela corrupção!
É triste, mas, infelizmente, é o retrato de um ponto em que nada mais assusta. Sequer está assustando os poucos que se revoltavam antes.
Discutindo com o Miguelito hoje, chegamos à triste conclusão de serem inclassificáveis as aberrações que temos visto e vivido no Brasil.
Os bombardeios da mídia, a busca por culpados, o fascismo que desponta como solução indesconfiável…
É como se lêssemos uma estória em quadrinhos da Turma da Mônica contendo uma cena de estupro! E houvesse indiferença por parte de uns e aplausos por parte de outros. Os primeiros diziam apenas: no meu tempo as estórias para crianças não eram assim; os demais mandariam os poucos reclamantes se adaptarem e os acusariam de golpe ao direito de expressão.
Não! Não é normal o que temos visto!
Se durante a campanha eleitoral havia um “salvo conduto” para atacar de formas sujas e ilícitas adversários e companheiros de coligações… Situação deplorável e infelizmente vivida nas últimas décadas, sobretudo para a sucessão presidencial; agora há um “toma lá, dá cá” sem disfarces, sem escrúpulos. Cada qual querendo levar o seu quinhão e apelando a tudo para isso, de cartas “vazadas” a arranjadas delações premiadas (com perdão pela poesia acidental)
Processos são procrastinados indefinidamente por ferirem a interesses; outros são acelerados sem se importar com “os meios” e muitas vezes ignorando a Constituição. E a mídia deforma acusando todos de tudo: os políticos atrapalham, os ministros atrapalham, a polícia atrapalha, procuradores atrapalham! Morte aos corruptos, mas não mexam no meu dinheiro!
O que fazer?
Indignar-se é um bom começo. Filtrar as informações é outro.
Ir às ruas, sabendo o que pedir e contra o quê protestar é igualmente válido!
Rogo para que as teorias conspiratórias de tomada de poder a força, golpe e retorno triunfante da extrema direita (com ou sem militares) estejam erradas. Rogo também para que não hajam mortes, como vimos no passado.
por Celsão revoltado
figura retirada daqui. Pois estou farto de olhar na cara do Sr. Eduardo Cunha
P.S.: para quem quiser ler notícias diferentes veiculadas nesses dias, aqui a presidente pede para que o Congresso suspenda o recesso e acelere o processo de impeachment (sim, ela mesma!) e aqui e aqui notícias em que o ex-ministro Ciro Gomes (provável candidato à presidência em 2018) acusa Michel Temer de ser o “capitão do golpe” antes mesmo de “vazar” a carta (veja a data das notícias!)