Archive for February, 2016

Post_Cuidar_Filhos_02Sem dúvida é inglória, complicada e extremamente imprevisível a tarefa.
Livros são escritos, exemplos bons e maus são compartilhados, e ainda assim sobra o tal sentimento de culpa, de que daria pra fazer diferente, e melhor!

Minha intenção aqui não é mandar uma receita de bolo. Até por ter um “teto de vidro” nesse caso, representado num pimpolho cheio de energia de dois anos.
A intenção também é mostrar exemplos: um bom e um mau. Opinando de forma pirata, só pra variar um pouco…

Começando de forma otimista, destaco o exemplo do vídeo do youtube mencionado no meu post-conto anterior (post aqui e vídeo aqui).
O escritor e radialista Marcos Piangers conta experiências de pai numa palestra do canal TED, relacionando o carinho impagável enquanto mostra a culpa sempre presente, mesmo quando as preocupações infinitas (com alimentação saudável, por exemplo) são focadas incessantemente. Destaco o trecho final, que é o título da palestra dele: do que as filhas precisam. As filhas (e filhos) não precisam de dinheiro, não precisam de coisas, de presentes, de bens materiais. Elas precisam de harmonia, de um mundo melhor, de menor desigualdade social, da extinção do machismo e do racismo, de uma igualdade plena entre cidadãos, entre homens e mulheres…
Precisam também de pais presentes (e mães, obviamente). De pais que queiram ser pais, que escolham ser pais; de momentos juntos, de qualidade de relacionamento. Me dói ver babás de branco em escolas e shoppings. Dói pelas babás, que trocam muitas vezes o carinho dos seus próprios filhos, para cuidar e educar outros, quase sempre por necessidade. E também dói pelos pais e mães que não estão vivendo o momento mágico da infância dos seus filhos, não estão acompanhando sorrisos e abraços.

Post_Como educar um filhoE, para exemplificar esse lado “ausente” dos pais, compartilho um comunicado fotografado em meu condomínio há um ano. Comunicado da pequena S. que perdeu brincando um IPhone 5S ganho no aniversário de 10 anos…
Destaquei a palavra brincando, pois é exatamente o que penso que crianças de dez anos devam fazer: brincar. Um celular de última geração é algo falso e forçado na inocência juvenil; traz a tônica do “ter algo para ser melhor” a uma idade que nem deveria se preocupar com isso. Se a marca do tênis, o estojo e as viagens de férias já mostram as diferenças sociais entre os alunos de uma escola, um IPhone aos dez anos inicia a competição gananciosa e escancara a desigualdade muito cedo!

Se eu pudesse falar com a menina, avisaria logo que a ameaça do pai é infundada.
Aquele IPhone é mais dele do que dela. É a ostentação do pai que planejou o presente (talvez numa viagem internacional), para dizer aos amigos do trabalho, do futebol, do clube que comprou um “IPhone último modelo” para dar de presente para a filha pré-adolescente.
É já que representa um sonho de consumo dele aos dez anos, transferido para a filha… ele seguirá realizando este sonho sempre que puder, já que conseguiu realizar tal sonho uma vez, independente das travessuras e do valor que a filha der aos presentes caros. Será assim com a viagem aos treze, a festa cara aos quinze e com o carro aos dezoito anos dela!

É um efeito compensatório, que troca o tempo com os filhos por mimos e IPhones caros. E essa busca da compensação não tem fim, uma vez que as crianças se acostumarão ao mecanismo e os adultos acreditarão ser a única maneira de curar as falhas como adultos cuidadores e responsáveis.
Se extrapolarmos o exemplo da jovem S. para outros adolescentes de classe média, há um enorme risco de toda a geração atingir a vida adulta sem conhecer a palavra “não”, sem ter passado por restrições, punições, castigos.

Mas, como disse no início, é um assunto “sem receita”, não há uma lista do “o quê fazer”.
Agradeço em nome dos filhos aos que deram o seu melhor; e desejo sorte aos que estão ou pretendem iniciar esse árduo intento.

por Celsão correto

P.S.: primeira figura retirada do vídeo do youtube citado acima (aqui). segunda figura de arquivo pessoal

Lisa

Em meio à crise dos refugiados, e ao crescimento de popularidade de ideologias de extrema-direita na Europa, surgiu recentemente na Alemanha e Rússia um novo caso que comoveu e agitou a sociedade dos dois países: o caso da menina de 13 anos, Lisa.

Lisa é uma menina teuto-russa (família de raízes alemãs e russas) de 13 anos de idade, que vive em Berlim com os pais.
Entre os dias 11 e 12 de janeiro de 2016, a menina esteve desaparecida. A família entrou em contato com a polícia para relatar o ocorrido, e pedir suporte às autoridades. Após 30 horas de desaparecimento, Lisa reapareceu em casa.

A jovem relatou ter sido sequestrada e violentada sexualmente por homens de aparência de “países sulistas” (expressão usada na Alemanha para se referir a países africanos ou sul-americanos). Esse depoimento iniciou um processo de investigação policial sobre o caso.
Paralelamente, a família de Lisa encontrou-se com um jornalista, aparentemente russo, para contar-lhe o ocorrido com a filha. Ao que parece, a partir deste encontro, a notícia se espalhou em uma velocidade lancinante.

Rapidamente a notícia chegou à mídia russa. Não somente blogs informais e redes sociais passaram a relatar o ocorrido, mas também grandes jornais e redes de TV russas, entre eles, o canal 1, rede de TV estatal da Rússia e um dos maiores canais do país, o qual transmitiu reportagens sobre o assunto, com depoimento emocionado da tia da garota, e com um vídeo onde homens de aparência árabe diziam ter estuprado “a menina”, seguido de um outro vídeo que mostrava a “polícia alemã” em ação.
Manifestações online e protestos nas ruas da Rússia e da Alemanha, realizados por grupos de extrema-direita, culpavam os refugiados pelo sequestro e estupro de Lisa.

Até mesmo o Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergej Lawrow, se pronunciou de forma enfática, exigindo uma ação do Governo alemão, não somente para fazer justiça no caso de Lisa, mas para reduzir a crescente onda de criminalidade no país (dando a entender que o aumento do número de estrangeiros/refugiados na Alemanha fosse o fator responsável por tal aumento).
O Ministro das Relações Exteriores alemão, Frank-Walter Steinmeier, reagiu dizendo que a Rússia não deveria interferir em questões internas alemãs, e que também não deveriam se precipitar, uma vez que a investigação policial ainda estava em andamento.

Essa resposta do governo alemão gerou uma nova resposta do governo russo, onde diziam que a Alemanha estava tentando abafar o grave incidente com panos quentes, e estariam omitindo informações ao governo russo. O caso virou uma crise diplomática entre os dois países! (Clique AQUI para reportagem na revista alemã “Spiegel”)

Enquanto isso, a polícia alemã continuava a trabalhar na investigação.
Lisa passou por um exame corporal, o qual não apontou qualquer sinal de violência sexual. Durante os interrogatórios realizados com a menina, ela se contradisse diversas vezes, chegando inclusive a desmentir ter sido estuprada.

Mais além, os policiais apreenderam o celular da garota e analisaram sua atividade na internet durante o período onde “estaria sequestrada”. Ela estava online no whatsapp conversando com diversos(as) amigos(as) sobre assuntos normais, e jamais mencionara sequestro ou estupro. Através destas conversas, a polícia alemã chegou até um rapaz de 19 anos, que parecia ter abrigado a jovem durante as 30 horas de sumiço. O rapaz, um alemão sem descendência estrangeira, confirmou que Lisa esteve em sua casa durante aquelas 30 horas, mas que veio até ele por vontade própria, pedindo abrigo, relato esse confirmado pela mãe do jovem.

O parecer final da polícia dizia que Lisa estava com problemas escolares, e por isso não quis voltar para casa e pediu abrigo ao conhecido alemão. Porém, ao retornar a sua residência, percebeu a que ponto tudo havia chegado. Assim, a menina inventou a estória de que havia sido sequestrada e estuprada, para justificar seu desaparecimento. Mencionar que os homens tinham aparência “sulista” reforçava a chance de que os pais acreditassem em si, uma vez que estes, ao que parece, possuem posicionamentos de extrema-direita e contra estrangeiros.

Antes que polícia conseguisse chegar a conclusões concretas, a notícia se espalhou por outras vias (redes sociais, blogs, e por contato da comunidade russa na Alemanha com o governo russo), se tornando em poucas horas uma “crise diplomática”.

O vídeo com os homens de aparência “árabe” foi analisado e identificado como um vídeo de 2009, ou seja, mais de 7 anos de existência, e portanto, sem qualquer conexão com o caso.
O vídeo da polícia alemã em ação, é na verdade um vídeo da polícia sueca, onde é possível ler “Polis” em seus uniformes, que é “polícia” em sueco (em alemão chama-se “Polizei”).
Portanto, ambos os vídeos tratam-se de montagens sensacionalistas com o intuito de dar legitimidade ao boato. (Reportagem da TV russa, onde os dois vídeos são apresentados, AQUI)

Conclusão: a partir de uma mentirinha inventada por uma menina de 13 anos com problemas na escola e com medo da reação de seus pais, grandes órgãos de mídia “respeitados” e políticos de alto cargo geraram uma crise diplomática entre duas potências mundiais, cujos ânimos, que já não estavam nada bem, pioraram ainda mais.

Crises como essa, podem gerar desde sanções econômicas de forte impacto para a sociedade de ambos países, até mesmo conflitos armados, seja em território próprio, ou em territórios alheios, por exemplo, em outros países em guerra onde ambas as nações estejam participando (ex. Síria).

Este caso deveria servir para que, não só os brasileiros, mas também o mundo como um todo, entendam como é grave espalhar/disseminar boatos, casos, estórias, farsas, mentiras, sem antes pesquisar profundamente, buscar o parecer oficial dos órgãos competentes, se informar! Tais atos são de uma irresponsabilidade sem fim, e podem gerar consequências incalculáveis!

por Miguelito Formador

* Mais reportagens, da revista alemã Spiegel, sobre o episódio (AQUI, AQUI e AQUI)

figura daqui

Madrugada

Posted: February 14, 2016 in Outros
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frases madrugada luaO relógio marca 0:37h. E a TV mostra uma cena que conheço e remexe fundo na mente, aquele “já vi isso antes”.
O filme do Corujão 1 é antigo, certamente do final da década de 80 ou começo de 90… A programação mostra: “A Casa do Espanto I”, mas me é mais familiar que isso. Descobri pela voz do Egon: “Os Caça Fantasmas”!

Eu deveria escrever algo sobre o Carnaval.
O problema ocorrido nas apurações de São Paulo(?), só se fosse para investigar a massiva participação da Polícia Civil do caso. Nunca vi tanto policial civil junto, nem nas greves recentes… Certamente é alguém buscando promoção própria e encontrando na briga dos dirigentes um prato cheio.
O “suposto” escândalo da passista que tirou a roupa em protesto (!) e foi expulsa do desfile? Vazio! Certamente ela queria mesmo se promover, pois carregava, segundo a notícia, um tapa-sexo com a figura da presidente.
O bom mesmo seria conseguir correlacionar o Carnaval uma vez mais com machismo, buscando aquelas declarações de homens brasileiros que afirmaram categoricamente que blocos de Carnaval não são pra “mulher direita” no mesmo ano que as mulheres pediram um Carnaval sem assédio.
Putz… melhor ainda se desse para citar o vídeo publicado pela jornalista iraniana que sofreu assédio do próprio chefe em seu país. Afinal, machismo não é exclusividade brasileira e está “intrínseco” em muitas culturas e países.
É incrível e lamentável como tem homem que não entende o “não”. E também acreditam que uma roupa curta explica atos primais…

Que bacana rever Bill Murray e Dan Aykroyd com cara de anos 80. Me lembro que assisti esse filme no cinema e que depois comprei o disco (de vinil mesmo) da trilha sonora.
Dispersei de novo com a TV. De volta ao post…

E o lance do Zika vírus e variações das transmissões do mosquito Aedes?
Importante, mas o blog não tem esse apelo de “prestar um serviço à comunidade”.
Faço o primeiro? O que a “galera” pensaria disso?
E a abordagem? Somente informação? Assusto com os casos de transmissão fora do comum, com a infeliz situação geral da saúde brasileira, a mercê de tudo, de laboratórios, a médicos mercenários e, principalmente, políticos corruptos em diferentes esferas?
Não…

Só vou entrar na internet para ver quem é a mulher de rosto conhecido, que faz o papel de Dana: Sigourney Weaver! Show. Aproveitei pra ver o ano do filme: 1984!

Os boatos sobre redução proposital de orçamento do Poder Judiciário e Polícia Federal para atrapalhar as investigações em curso também mereciam um texto!
Afinal, cortar custos é cortar em todos os lugares e é isso que está acontecendo.
Infelizmente os conchavos se mantêm e os cortes poderiam ser mais efetivos… Mas daí vou falar mal do PMDB outra vez…
Falando em boatos, recebi outra vez no whatsapp a notícia que vincula o Lulinha à Friboi. Por que as pessoas espalham antes de buscar no Google? Os celulares também possuem navegador!

Terceira promessa de ficar mais 15 minutos.
Quando peguei o computador as 22h e minha mulher perguntou o que faria, menti que era algo do trabalho para não ser cerceado.
“Por que você tem de dormir tarde todo dia?”
Mas é tanto assunto que merece ser comentado, é tanta necessidade de “botar pra fora”, que a lista de assuntos no arquivo txt cresce tanto quanto as abas não lidas e salvas no Firefox…

Mas os amigos e leitores me enviam tanta coisa legal…
Como um teste de posicionamento político assinado pelo Washington Post e BBC, classificando as pessoas além de direita/esquerda em liberal/comunitarista.
Ou vídeos do youtube com depoimentos interessantíssimos, lições a serem partilhadas, como aquele TED do Marco Piangers…

1:37h!
O filme está acabando e noto como o “Geleia” é diferente daquele que me encantava no desenho animado.

Já sei! Vou escrever um conto.
Talvez dê certo misturar tudo e não falar de nada…

por Celsão irônico

figura recebida via WhatsApp

P.S.: pra não deixar todo mundo “boiando”, os links citados sobre o Carnaval estão aqui e aqui. O assédio da jornalista iraniana aqui. O teste da BBC aqui e o vídeo do youtube aqui. Afinal, vai que não viram textos.

1*_fWLZw19yrctwBOY5HyvWAO ambiente corporativo é ironicamente engraçado. Num conto que publiquei aqui, usei uma figura do “Mundo Dilbert”, pois sempre me lembro das máximas publicadas nas tirinhas. Nas estórias, a pessoa que menos conhece, que mais atrapalha, é colocada na posição de chefia; pois um chefe é exatamente quem menos atrapalha no dia-a-dia braçal e rotineiro de uma empresa ou departamento.
E são inúmeros os exemplos de chefes que possuem empáfia sem empatia, muita pose e pouco conteúdo, não estimulam nem exercem liderança, e ainda demonstram, a quem notar de verdade, que não conhecem o negócio que gerenciam.

Um colega tem uma teoria interessante, que chamarei de “dois anos”. Ele diz que um funcionário que anseia por carreira ou evolução no mundo corporativo deve ficar no máximo dois anos no mesmo departamento ou posição.
Nesse tempo é preciso começar um projeto de médio ou longo prazo. Explicar bem os objetivos em Power-Points coloridos, mesmo que os “meios” para se chegar aos fins propostos não estejam claros.
Enfatiza-se seguidamente a importância do projeto para todos os problemas existentes.
Daí inicia-se o processo de buscar uma nova posição ou mudança e, quando essa aparece, reúne-se a equipe, novamente exagerando a importância do projeto.
Pronto!
Se o projeto der certo após a saída do “criador”, ele será lembrado pelos resultados.
Se não der certo, atribuirão a falha à saída do tal carreirista; e este terá sempre um lugar “maior” garantido nesse departamento.

Parece ridículo. E é! Mas muito do que aparece de “moda” no comportamento corporativo é igualmente ridículo.
Os anglicanismos, o discurso igualitário do RH, os cortes que ocorrem sempre em setores produtivos, como vendas… Tudo isso é ridículo e forçado!

Houve um tempo que a moda estava nos MBA’s. Muitos surgiram e se tornaram mais e mais caros. Os cursos que possuíam estágio no exterior e networking com empresários famosos tornaram-se uma passagem direta para a diretoria de corporações.

Hoje a moda são livros e palestras sobre empreendedorismo.
E não é só o Steve Jobs que lucra no post-mortem com livros. Empresários brasileiros como Abílio Diniz, Eike Batista e os donos da ambev “surfam” ou “surfaram essa onda”. O que era auto-ajuda contra problemas emocionais na década passada, mudou para o mantra “sucesso e dinheiro agora” nas livrarias.
Esses “empreendedores de palco”, como classificou com maestria o redator publicitário Ícaro de Carvalho (texto dele aqui) não só deturpam o mundo corporativo, mas também ignoram os esforços dos que lutaram e venceram.

É o que esperam os preguiçosos da chamada geração Y: um atalho rápido e eficiente para a fama! (notem que não estou falando de todos os “Y”)

Você está a um único centímetro da vitória. Não pare! Se desistir agora, será para sempre. Tome, leia a estratégia do oceano azul. Faça mais uma mentoria, participe de mais uma sessão de coaching. O problema é que o seu mindset não está ajustado. Você precisa ser mais proativo. Vamos fazer mais um mastermind? Eu consigo um precinho bacana para você…

A citação do texto do Ícaro é repetida intensamente na literatura vazia e se transforma em verdade. Como se só vontade, orientação divina e ter conhecidos entre famosos empreendedores resolvesse tudo. Se o melhor dos três pontos apontados: o “ter conhecidos” ou networking (chamado de mastermind hoje em dia) é feita somente com pessoas na mesma situação, pessoas de discurso vazio, ainda pior. Quero dizer que, juntando empreendedores de palco com vontade, ternos e inglês impecáveis, mas sem experiência prática, sem capacidade para tornar real os Power-Points, nada acontece. É só geração de entropia.

O asco que sinto por estes materiais vazios, por essa filosofia de “chefes prontos” não cabe em palavras e não creio que consegui explicar nesse post. O mal que causam à uma sociedade acrítica, em lenta formação, que pouco ou nada lê, é incalculável!
Creio que só saberemos os reais impactos quando tivermos os mal-sucedidos da geração Y em tratamento anti-depressivo pelo SUS!

Não é disso que precisamos. Não é isso que queremos.
Só um desabafo…

por Celsão revoltado

figura retirada do texto do Ícaro Carvalho citado acima (aqui). Texto que recomendo a leitura

P.S.: outras implicâncias com a geração Y aqui; e com (contra) o mundo corporativo aqui, além do conto citado no texto