Esse post é baseado em notícia do jornal alemão “Süddeutsche Zeitung” (Jornal do Sul da Alemanha, em tradução livre), um dos mais lidos e sérios veículos de comunicação, que escreve novamente sobre o Brasil.
A notícia pode ser lida aqui. Para quem souber ler alemão ou usar as ferramentas de tradução automática.
Em resumo, eles contam os fatos das revelações do “The Intercept“, que mostram conversas de Moro com a acusação no caso lava-jato, deixando claro que Moro, o Juiz do caso, favorecia e ajudava a acusação na intenção de prender Lula.
Depois Moro, que sempre proclamava jamais ter interesse pela política, é nomeado ministro de Bolsonaro.
Eles ainda apontam como a prisão de Lula garantiu a vitória de Bolsonaro.
Depois mostram como os seguidores de Bolsonaro reagem com fúria e cegueira quanto a essas declarações.
O jornal menciona diversas vezes o termo “extrema-direita”, que em alemão em boas palavras refere-se ao nazismo.
Também fazem um leve resumo sobre Glenn Greenwald, o jornalista do “The Intercept” que revelou as conversas.
Ele foi o jornalista que arriscou sua vida e carreira para publicar os documentos de Edward Snowden, um dos episódios mais importantes para o mundo nas últimas décadas. Documentos que revelavam, entre tantas tramas e segredos, como os EUA espionam o Brasil, Alemanha e tantos outros países do Mundo.
Greenwald é homossexual, casado com o brasileiro David Miranda. Em 2017 adotaram duas crianças carentes do nordeste brasileiro (Alagoas). Greenwald e seu marido Miranda também fundaram a Hope, um abrigo para animais resgatados/abandonados e que serão cuidados por moradores de rua até que encontrem uma família disposta a adotá-los (link para o site da Hope AQUI). Eles, Greenwald e Miranda, adotaram para si próprios dezenas de animais resgatados.
Greenwald, além das diversas ofensas e ataques homofóbicos que sofre, é também chamado de terrorista pelos seguidores de Bolsonaro.
O que eu sinto?
Eu, Miguel Junior, quando leio um profissional do jornalismo alemão escrevendo estas verdades sobre meu País, me sinto incapaz de defender o Brasil quando o próximo alemão chegar dizendo que somos carnaval, bunda, futebol e corrupção, e mostrar total desprezo por nós.
Afinal, ele tem bastante razão.
Me sinto como alguém nascido num país civilizado, ao ler barbaridades que acontecem na Somália, Etiópia, Congo. Parece surreal, filme, ficção, certo? Mas não é… é o Brasil no qual meus amigos e familiares, muitos deles instruídos, acreditam.
por Miguelito Formador
figura retirada da notícia do “Süddeutsche Zeitung” (aqui)
P.S.: Eu, Celso, sinto um déjà vu de quem parece “que sabia”.
Toda a argumentação de acabar com a corrupção, de não aceitar desvios no Governo, virou farelo.
Entramos na linha do “bandido bom”, do “fim justificando os meios”, do “ainnn… o PT”. Não há surpresa, pois não era possível esperar realmente e sinceramente coisas boas de um governo e de uma equipe enviesada.
Hoje, infelizmente, o lado político importa mais que a seriedade de fatos incontestáveis. Extremistas geram discórdia. E não é isso que precisávamos.
Curiosidade ou não, no final da notícia do jornal alemão, ao menos para mim e nessa semana, apareceu uma chamada com um “Alles Samba” (Tudo é Samba, também em tradução livre). Mesmo sem ler a notícia, por estar bloqueada a assinantes, o título aponta exatamente para o que mais lamentamos, a estereotipização da Nação Brasileira. Aquilo que cada vez mais é indelével e indefensável.
comentário por Celsão correto