Me pareceu que, ontem, a Terra parou.
A brevidade da vida. A imprevisibilidade de um acidente aéreo. A fragilidade do ser humano.
Paramos ontem para lamentar um acidente de uma equipe de futebol que voava para um sonho.
Mas que isso, paramos para analisar a própria vida. E o impacto que a inevitável morte traz, sobretudo aos que ficam.
Impossível não pensar em familiares, amigos e até nos desconhecidos de Chapecó, e no sentimento de perda deles. Improvável não lembrar paralelamente da NOSSA fragilidade e repensar nossas ações e objetivos de ultimamente…
Somos felizes?
Quanto tempo será que ainda temos de vida?
A fatalidade de ontem interrompeu o post quase concluído, sobre a morte de Fidel Castro.
Coincidentemente, fiz quarenta anos ontem. A idade daquela marca de “começo” ou “recomeço” segundo o ditado.
Mas subjetivo impossível.
“Donde no puedas amar, no te demores” – roubo a citação de Frida Khalo para lamentar consoante não só a perda e a impotência em mudar certas coisas; mas também lamentar o desperdício de tempo, do dia-a-dia que nos consome atrás daquilo que não sabemos se conseguiremos, nem sempre temos a certeza que o queremos e as vezes nem sabemos ao certo ser correto sob a ótica moral.
Lamentar também, sobretudo, o desperdício de amor!
Com ou sem uma religião ou credo que explique o inexplicável e traga conforto, no amor todos cremos; e muitas vezes é ele, apesar de estranho e desconhecido, que preenche os vazios e dá sentido.
Se o pequeno clube catarinense mostrava grandeza em sua breve história, movia e comovia uma cidade em prol de suas conquistas, o fazia também por amor, pela sensação boa de dever cumprido, pela busca do “algo mais” na incessante batalha diária.
É possível afirmar que todo o país adotou a “Chape” por representar essa busca, por ter a superação como lema, por ver muitas vezes no esporte o espelho da vida. E em suas improváveis e vibrantes vitórias o reconforto desejado.
E as homenagens do mundo, principalmente as feitas por desportistas de diferentes nacionalidades e esportes, reforçaram o choque da perda e a sensação de que não existem super-homens, não há livramento para tudo, por mais que sejamos famosos e bem sucedidos.
O minuto de silêncio memorável, proporcionado na partida do Liverpool (vídeo aqui), e o símbolo da Chapecoense projetado nos telões da NBA, antes dos jogos dessa terça, deram a proporção do ocorrido. Mostraram que realmente “paramos”, em choque…
Foi como uma “sacudidela” impossível de ignorar. Aquele “toque” para mostrar que nós não somos seres superiores.
por Celsão filosófico
figuras recebidas por whatsapp no dia de ontem. Desconheço a autoria