Posts Tagged ‘Fernando Haddad’

Começo explicando o título, que vem do poema-figura desse post. O poema é de Ruy Proença, e o encontrei aqui

Os fatos da atualidade me causam estranheza e perplexidade.
Nenhum fato divulgado, por qualquer veículo de imprensa, tem a capacidade de chocar, de fazer pensar, de provocar cisma ou medo, de incitar arrependimento ou reconsideração.
Minto. Nenhum fato que seja contrário ao idealismo atual, ao conceito de verdade, ao que acreditamos.

É como se tivéssemos bloqueado nossos ouvidos para as opiniões contrárias.
Como se o ódio substituísse a razão.
Como se soubéssemos tudo sobre tudo. E sequer respeitássemos opiniões diferentes.

(…)

Por um lado, considero compreensível.
Nos encontramos em um “novo período do conhecimento humano”.
A tal da “pós-verdade” recriou uma nova maneira de entender as coisas, baseado no que se quer acreditar e em truques apelativos para enfatizar, ou fazer valer o pseudo-fato.
O termo, inclusive, existe há alguns anos e foi “turbinado” recentemente, graças às mídias sociais. (Nos links a seguir, a definição na Wikipedia e no Dicionário Informal)

Na pós-verdade, tem-se um desmedido apelo emocional aliado à hermenêutica (interpretação de fatos) que cria versões distorcidas e transfere aos fatos, ou verdades, uma importância secundária.
Vê-se isso em vídeos de propaganda espalhados via WhatsApp.
Vimos isso, recentemente, na distorção proposital das declarações de Cid Gomes e Mano Brown; distorções (ou pós-verdades) criadas por apoiadores de Bolsonaro.

Explicando…
Mesmo que ambos tenham criticado a campanha de Haddad e o próprio PT com razão, veemência e com fatos… não são eleitores de Bolsonaro!
E recriar ou reproduzir os discursos com subtítulos categóricos e emocionais de: “chega de esquerda”, ou “fora PT”, distorce a mensagem que os interlocutores desejavam passar.

No artigo que destaco aqui, assinado por Paolo Demuru no Nexo, o autor destaca correlaciona quatro estratégias dos apoiadores do candidato Jair Bolsonaro à semiótica, atribuída a Umberto Eco por ele como “a disciplina que estuda tudo aquilo que pode ser usado para mentir“.
Abaixo destaco as quatro estratégias:
Objetividade aparente: simplificação de um fato à uma parte que atenda aos objetivos.
Edita-se um trecho de vídeo, declaração ou texto, focando em algo contundente, mas com significado reduzido ou também, diluído do contexto de onde estava inserido.
É o caso da declaração em vídeo de Mano Brown: se os apoiadores de Bolsonaro tomassem, por exemplo, a frase dele “Eu tinha jurado pra mim mesmo nunca mais subir em palanque de ninguém” a rigor, saberiam que a interpretação implícita é: “mas estou aqui, no palanque do Haddad, pois acredito ser a melhor opção contra Bolsonaro“…

A “minha verdade” ou as auto-verdades: vídeos autorais, de pessoas que se identificam, mostram a cara, trazem veracidade e cumplicidade ao discurso, há uma identificação própria e, com isso, um “aumento da realidade”. Mesmo que o discurso não seja factual.
Um pastor evangélico que afirma uma taxação das igrejas, um militar que tem informações privilegiadas do diretório do PT e “sabe” que verbas serão reduzidas, um empresário que afirma que a crise é advinda do governo Lula, um representante das minorias ignorando discursos prévios e ratificando seu apoio ao Bolsonaro…

O êxtase passional: onde maiúsculas, alterações de voz em vídeos e áudios, exclamações dão o tom dramático e transferem ao emocional decisões que são absolutamente racionais.
Esse é a principal estratégia dos grupos de WhatsApp, juntamente com a estratégia temporal a seguir.

A urgência: aqui o tempo é agora! O compartilhamento deve ser feito o quanto antes, e para todos os grupos, para todos os contatos, para que “o PT não volte”.

(…)

Não importa se é uma verdade construída, se há dissonância em relação à verdade. O que importa é mostrar, e difundir, o meu ódio e o meu desacordo.

Aliás, uso os apoiadores de Bolsonaro como os maiores utilizadores das mídias sociais para as pós-verdades e a difamação e os de Fernando Haddad como as maiores vítimas, pois são diversos os relatos na própria mídia dessa supremacia. Aqui e aqui estão exemplos do grupo Exame e do jornal El País, correlacionando o compartilhamento de Fake News em sua maioria por apoiadores do PSL. Sem citar o recente escândalo da campanha patrocinada por empresários…
Sei que o “outro lado” também o faz, o PT e seus apoiadores também espalham boatos tentando se beneficiar por isso. É lamentável.
Mas não creio que eu precise contrabalancear o exemplo, já que tomo a maioria.

Também do lado derrotado (já me dou por vencido), observamos paredes nos ouvidos.

Mas compartilho uma máxima que ouvi recentemente…

Entendo os que votam em Bolsonaro por serem contra o PT. Entendo os que votam no PT por serem contra o Bolsonaro.
Tenho dificuldades de entender os que votam neles por gostarem deles e se identificarem…

Como escrevi recentemente, aqui, julgo ser essa a pior eleição em termos de escolha, que enfrentamos.
Certamente, pra mim, são os piores candidatos possíveis dentre as opções que tínhamos no primeiro turno.

Finalizo com um pequeno texto, recebido via WhatsApp, que faz analogia entre o período que vivemos hoje e o mito da caverna, de Platão…

Imaginem várias pessoas presas num grupo de WhatsApp. Se alguma delas [acordasse to transe] conseguisse fugir e trouxesse verdades do mundo exterior, traria luz e razão aos prisioneiros, mas seria tida como mentirosa e, certamente, duramente agredida.


por
Celsão correto.

figura retirada daqui.

 

Dormi cansado.
A rotina de quem está com um familiar internado definitivamente não é fácil. O stress mental se junta ao cansaço físico e “desmonta” até os mais resilientes.

Eis que passos me despertam.
Como o apartamento é daqueles com piso de madeira antigo, que se expande e retrai, surrado pelo tempo, é quase impossível andar ser sem percebido.
Pensei comigo: “receberei uma visita do filho mais velho. É abraçá-lo e seguir dormindo.”

Mas então o ouvido encontra a razão real de haver despertado: os passos são bruscos, noutro apartamento, e estão acompanhados de gritos.
Como um que não quer se deixar despertar completamente, forço a consciência a esquecer o episódio ou incorporá-lo num sonho qualquer.

Não dá certo. E sem querer crer no que ouço, escuto a palavra “Bolsonaro“.
Tento mais uma vez (re-)dormir. Mas as vozes falam alto…
“Chega! Sai daqui!”
“É uma vergonha essa discussão numa hora dessas” – o relógio marcava 1:30.
“Eu não quero mais ouvir falar em Bolsonaro nessa casa” – pausa com um som inaudível, provavelmente em resposta – “Nem Bolsonaro, nem Haddad. Chega!”

Nossa! É um casal de namorados repreendido pelo pai de um deles… certo?
“Vá já para o seu quarto!”
Irmãos! Corrijo a subjeção anterior.
“Enquanto morarem nessa casa vocês tem que me respeitar e respeitar o que eu disser…”
O suposto pai fala mais alto que os demais. Está tão exaltado que a voz já se encontra rouca e muita raiva, ódio até, pode ser percebida em seus berros.

Como pudemos chegar nesse ponto? A privação de raciocínio e o ódio alimentado e retroalimentado estão causando irracionalidades.
Não é privilégio dessa família. Cada um tem o seu caso para contar nessas eleições 2018. Alguns envolvendo parentes e amigos bem próximos.

A mente desperta de vez e repenso a definição de democracia, talvez esquecida pelo próprio povo, que a compõe.
Democracia vem do grego: demos é o povo e kratos significa poder. (Wikipedia)
E embora na Grécia antiga fazia oposição à aristocracia. E embora tenha representado um contraste à monarquia e à oligarquia posteriormente… hoje se define como o regime oposto a ditaduras e tiranias. Prega-se que há liberdade de trocar os líderes na democracia, pelo clamor ou decisão popular.

Pois bem, como favorável a democracia que sou, aceito e aceitarei a escolha das urnas do próximo dia 28/10. (mesmo tendo escrito aqui, que ambos os postulantes sejam as piores escolhas possíveis no momento).
Me é estranho ver reclamações do PSL sobre as urnas eletrônicas, como em aqui. Foram essas urnas que contabilizaram número recorde de votos para seus deputados federais e estaduais.
Da mesma forma como me serão estranhos e condenáveis as passeatas e manifestações que virão pós-pleito, motivado pelo lado derrotado.
Se estamos numa democracia. Se a prezamos. O que a maioria escolher deve ser acatado por todos!

Parêntese para uma pesquisa divulgada recentemente.
Foi perguntado a brasileiros qual o melhor regime e a democracia teve aprovação recorde: 69%. (notícia aqui)
As outras opções eram ditadura (12%) e tanto faz (13%). Mesmo que, dentre os eleitores de Bolsonaro, 22% prefiram a ditadura, a maioria, 64%, diz preferir a democracia.

Por que então as cenas de ódio e a polarização estúpida se repetem e certamente se repetirão nas ruas e nas famílias?

Achei um excelente artigo publicado no Nexo em 2016, em plena polarização de impeachment ou pós-eleição de 2014; polarização esta entre PT e PSDB ou entre Dilma e Aécio (artigo aqui).
Sociólogos, psicólogos e cientistas sociais enumeram os elementos que podem trazer o comportamento violento relacionado a manifestações políticas. Tristemente temos, novamente, todos estes elementos presentes:
– Descrença na eficiência da política tradicional – há tempos não temos confiança no modo como fazemos política no Brasil: os conchavos e favorecimentos, as nomeações, os partidos de aluguel, o fundo partidário advindo da reforma política mal feita, etc.
Polarização de opiniões – o voto de ódio fez os eleitores esquecerem-se das propostas dos demais candidatos. E eram muitos, de todo o espectro de orientações políticas.
– Choque moral – corrupção e desvios (acusação ao PT) versus homofobia, racismo, sexismo, entre outros (contra o PSL e Jair Bolsonaro)
Um alvo específico – ambos os lados têm um: Lula versus o próprio Bolsonaro.
Desigualdade social – é um grave problema. Ignorado como elemento de conflito por muitos, até então. Ricardo Azevedo escreveu sobre os motivos que fizeram e fazem os mais necessitados votarem no PT (aqui). Criticando a elite, que preferiu “tiro, porrada e bomba” ao diálogo e avanço pragmático de médio prazo.

O radicalismo não trará qualquer avanço necessário e imprescindível à Nação.
Se pararmos para ouvir, conseguimos (até) encontrar pontos positivos nas duas propostas de governo. O PT fala em combate à corrupção. O PSL fala agora em expansão de investimentos em programas sociais.

Difícil de acreditar? Talvez.
O que penso é que nosso papel seja o de, apenas, aceitar o desejo do povo e protestar sobre o que não concordamos. Sem destilar ódio.
Que o protesto seja, antes de tudo, possível, depois sadio e constante. É impossível concordar com tudo! E é igualmente impossível rejeitar tudo!

Para acabar: eleição sem Lula não é fraude.
E, de forma semelhante, caso o PT ganhe nas urnas [eletrônicas], não será fraude.
E que todos os argumentos do vídeo abaixo sejam abnegados e rechaçados.

por Celsão revoltado.

P.S.: figura e vídeo recebidos por whatsapp. Difícil determinação de autoria.

doriaEleições municipais concluídas em São Paulo.
Vitória massacrante, em primeiro turno, da nova estrela da direita, ou centro-direita-anti-PT: João Dória Jr.
O candidato teve pouco mais que 53% dos votos válidos! Desbancando não só o ex-prefeito Haddad, como também o “herói do povo”, Celso Russomano e duas ex-prefeitas: Luiza Erundina e Marta Suplicy.

Tenho algumas considerações a fazer, ou opiniões a compartilhar, do meu modo “pirata” pra variar. Como estamos no Opiniões em Sintonia Pirata, nada mais natural.

Decepção em relação ao PT e aos outros candidatos? Pode ser.
Falta de opção? Também uma resposta possível.
Afinal, Haddad carregava a estrela do PT, massacrada pela mídia, mesmo evoluindo a cidade com projetos interessantes, como as discussões sobre o zoneamento da cidade (exposto aqui); Marta tinha alta taxa de rejeição, por estórias como Ministra do Turismo, de ex-prefeita, de política polêmica que pensa pouco; e Russomano é aquela incógnita apoiada por evangélicos e radicais conservadores, que sempre começa bem por ser conhecido na mídia antes da campanha da TV…

Pra começar, sabiam que existe um estudo que correlaciona o dinheiro investido, o tempo na TV e o número de votos?
E, nem é tão surpresa assim se pensarmos um pouco, a relação é direta: mais tempo de exposição, maior votação. Aquela velha frase de avó: “quem é visto, é lembrado”.
O estudo está aqui, em PDF. É extenso, mas interessante. Os autores, Bruno Speck e Emerson Cervi, analisam as eleições para prefeito em 2012.
Copio abaixo um trecho da conclusão:

Nos maiores municípios a diferença [do desempenho eleitoral] é ainda maior, com quase nenhuma importância da “memória eleitoral”. O que importa nessas disputas são as condições mais imediatas dos candidatos: estarem em partidos ou coligações com força/tempo de horário eleitoral e conseguirem maior participação no montante de recursos destinados às finanças de campanha.

Ou seja, aquilo que o governador Geraldo Alckmin, padrinho político do nosso Dória, fez ao negociar uma secretaria com o PP em busca de tempo de horário eleitoral e exposição na TV, valeu muito a pena.
Expulsar uma professora da secretaria do Meio Ambiente fez com que a coligação de João Dória obtivesse um aumento de 25% para o seu sorriso.
Pra quem não leu, a manobra foi tão suspeita que o Ministério Público pediu a cassação da candidatura do peessedebista por desvio de finalidade (aqui e aqui)

Um outro contraponto à “acachapante” vitória de Dória (colei do UOL a rima) é a quantidade de abstenções. Quer seja por falta simples, 21,84% do total, quer seja pela quantidade de nulos (11,35% dos votantes) e brancos (5,3%), somando mais de um milhão, cento e cinquenta mil eleitores, negando todos os candidatos, em análise simples.
Só 65,15% dos eleitores votaram em algum candidato. E os 53% de Dória tornam-se apenas 34,72%…
É relevante? Eu diria que sim, uma vez que o voto é obrigatório em nosso país. Dá pra dizer, de forma distorcida, mas verdadeira, que 65% das pessoas não votaram em João Dória!
(os resultados podem ser obtidos do site do TRE – aqui. Aproveito para colar o link direto para as abstenções e para a votação)

Agora o que julgo ser mais grave: o governo Alckmin beneficiou empresas do “amigo” e afilhado João Dória Jr. em seu governo.
Foram anúncios nas revistas de Dória e eventos patrocinados pelo banco de fomento Desenvolve SP. Os “investimentos” somam R$4,5 milhões entre 2010 e 2015, período em que ambos se tornaram mais próximos.
E não é só nos governos do PSDB, o Grupo Doria usufruiu do “jeito petista de administrar”, de Lula a Dilma. Mesmo apartidário e apolítico, foi patrocinado pela Petrobrás e recebeu repasse dos Correios.
A fonte não é o pragmatismo político ou o Tico Santa Cruz, é a Folha de São Paulo (aqui).

Pra concluir, espero que nosso amigo “dazelite” cale minha boca, e realmente administre como um CEO.
Alguns amigos defendem a teoria de que uma cidade é como uma empresa. Sub-prefeitos são conselheiros, vereadores são diretores, secretários acionistas (não necessariamente nessa ordem). Dória pode provar que, racionalmente, há saída lucrativa (ou não-negativa) para uma cidade como São Paulo, terceiro orçamento da Nação.
Por falar em orçamento, se realmente acabar com a indústria da multa do Haddad, saída do petista para aumentar a arrecadação e diminuir a dívida municipal, já fará muito!
Sou contra as privatizações. Vejo o charmoso estádio do Pacaembu e seu clube tornarem-se prédios de alto padrão; e o mesmo pode acontecer com o Anhembi e o Autódromo de Interlagos… Esse último, inviabiliza de vez o GP Brasil de F1 no país, um dos eventos que mais atrai turistas para a cidade, após inúmeras adequações e reformas feitas em outros mandatos…

Quem viver verá!

por Celsão revoltado

figura retirada daqui

P.S.: sou contra o “esquema” de aumento de arrecadação através de multas aplicadas por guardas que deveriam ter outras funções, por armadilhas montadas nas ruas, por tocaias nos viadutos. Mas entendo o desespero de quem tinha uma grande dívida e pensava em fazer algo para a cidade…

P.S.2: atualizei o link do estudo sobre dinheiro e tempo em TV na campanha para prefeito de São Paulo em 02/11/2016. E coloco aqui outro link para download, passível de cadastramento no site, caso o anterior também mude ou “desapareça”.
Outra leitura que vale a pena, resenha feita por Gabriela Siqueira, da Universidade Federal de Minas Gerais, sobre o tema, citando múltiplos estudos e textos está aqui

foto_mat_42407As manifestações ocorridas em Junho/Julho desse ano foram não só um marco na história recente do Brasil, como talvez o maior exemplo de manifestação popular desde as “Diretas Já” da década de 70.

Tal classificação, “popular”, enaltece a origem e participação de grande parcela do povo, geralmente apolítico, mesmo sem apelo massivo da grande Mídia. Ao contrário das passeatas pedindo o Impeachment do então presidente Collor na década de 90, que contou com o apoio da Veja, Rede Globo, etc..

Os protestos deste ano surgiram com um pequeno grupo de inquietos, buscando abertura para discutir alternativas de transporte público gratuito, tomou corpo contra o aumento de vinte centavos e “tomou de assalto” o país mesclando temas diversos e, de “carona”, abuso policial, certa desorganização e ausência de foco…

A mídia internacional cobriu e avaliou quase sempre positivamente os movimentos. Foi realmente como se um Gigante houvesse acordado.

(Esse blog “se empolgou” e falou sobre as manifestações aqui, aqui, aqui e aqui!)

De saldo, alguns governos recuaram no aumento das tarifas (entre eles, Prefeitura e Governo de São Paulo), grupos mascarados no Rio seguiram pedindo a saída do governador Sérgio Cabral, houve invasão de câmaras, tumultos na Copa das Confederações, no desfile do 7 de Setembro, etc.

Como nem tudo são flores, já dizia o poeta, surgiram os tais Black Bloc‘s por aqui (link Wikipedia); que são em teoria grupos anti-capitalistas organizados (e mascarados) que visam depredar propriedade privada símbolo do sistema (ou da repressão). Nos EUA os alvos principais eram Mc Donald’s e Starbucks. Por aqui foram os dois maiores bancos privados do país. Pois bem, o que era efetivo, justo e apoiado (num segundo momento) pela imprensa, perdeu até o apoio popular dada a violência e vandalismo destes indivíduos.

Greves de professores, funcionários públicos e bancários seguiram a esses acontecimentos; piadas surgiram, relacionando o movimento a uma ação esporádica e finita. Umas das frases amplamente divulgada e compartilhada dizia “O gigante acordou, reservou o ingresso da Copa do Mundo e voltou a dormir”, fazendo um paralelo irônico com a abertura das inscrições para os ingressos da Copa de Futebol, pela FIFA.

Enquanto um contra-golpe era arquitetado por políticos…

O prefeito Fernando Haddad divulgou no início do mês reajustes no IPTU, explicando-os como necessários para subsídio do transporte (aqui notícia e tabela com os aumentos médios por sub-prefeitura. Aqui, vídeo retirado do Jornal da Band com rápida explicação sobre o caso)

O tom da conversa já mudou, a câmara discute diminuir o teto dos aumentos para este ano, mas não o processo de correção do valor dos imóveis pelos valores atuais de mercado.

É no mínimo injusto! Não só por tomar valores atuais fruto de exploração imobiliária, mas principalmente por justificar o aumento de impostos pela fragilidade de um tema que estava em pauta para discussão.

O MPL (Movimento Passe Livre) segue com manifestações programadas para os próximos dias, mas sem entrar no mérito desta decisão ou do imposto municipal.

Como isso afeta também a classe média (ou principalmente a classe média), poderemos ver em breve o “Gigante” de volta às ruas.

É aguardar e conferir…

por Celsão correto

P.S.: figura retirada daqui