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Gilmar_MendesO ministro Gilmar Mendes foi o único ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que votou contra a cassação da candidatura de José Roberto Arruda ao Governo do DF.

Arruda se envolveu em diversos escândalos durante sua carreira, como a adulteração do painel de votação do Senado, em 2001, juntamente com Antônio Carlos Magalhães; o Mensalão do DEM no Distrito Federal, em 2010; foi preso em 2010 por 2 meses, configurando o primeiro Governador preso na história do Brasil; teve seu mandato cassado pelo TRE por infidelidade partidária; sofreu processo de impeachment enquanto governador do DF.

Arruda foi cassado pela Lei da Ficha Limpa, o que impede sua candidatura a Governador do DF. Dos 7 Ministros do TSE a votarem no processo, Gilmar Mendes foi o único a votar a favor de Arruda. Clique (AQUI).

Gilmar Mendes é ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) desde 2002, quando indicado pelo então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso. Acumula também o cargo de Ministro do TSE onde é atualmente vice-presidente.
Mendes foi Procurador Geral da República (1985 – 1988 / José Sarney), consultor jurídico da Secretaria Geral da Presidência da República (1991-1992 / Fernando Collor), subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil (1996 – 2000 / Fernando Henrique Cardoso), e Advogado Geral da União (2000 – 2002 / Fernando Henrique Cardoso).

O Ministro Gilmar Mendes é aquele que concedeu, em 2010, Habeas Corpus para o médico estuprador, Roger Abdelmassih, que violentou pelo menos 37 mulheres (pacientes), soltando o mesmo e possibilitando sua fuga para o exterior. (AQUI)
O Médico foi preso em agosto deste ano. Estava vivendo luxuosamente numa mansão no Paraguai. (AQUI).

Também esse ministro soltou, mais de uma vez, o banqueiro Daniel Dantas, envolvido em escândalos de corrupção e operações ilícitas, entre elas a Operação Satiagraha (AQUI). Próximo de diversos políticos, de empresários poderosos e do poder público, além do setor financeiro, Dantas é tido como uma das pessoas mais influentes do Brasil.
Leia mais sobre o Habeas Corpus concedido por Gilmar Mendes a Daniel Dantas, clicando (AQUI)

Joaquim Barbosa uma vez proferiu em plenário as seguintes palavras a Gilmar Mendes: “Vossa Excelência, quando se dirige a mim, não está falando com seus capangas do Mato Grosso“.

Quando a Constituição/Lei está a favor de seus interesses, ele a usa, e é irredutível para com exceções. Porém, quando esta está contra seus interesses, ele a ignora, e abre exceções.

Vale também lembrar que ele foi rigoroso com os réus do Mensalão, ignorando provas a favor e acatando todas as provas contra os mesmos; ainda apoiou Joaquim Barbosa na inversão do ônus da prova para com os réus.

Agora, não vale ficar gritando que Mendes é um escroto por ter soltado o médico estuprador, o banqueiro sujo ou o político corrupto, mas é um herói por ter condenado os réus do mensalão. Sejamos coerentes, assim como ele o é.
Há uma linha clara de raciocínio a ser seguida aqui, onde podemos observar uma postura bem definida deste Ministro na maioria de suas ações. Se posiciona a favor de Arruda, Dantas e Abdelmassih, e contra José Genoíno e José Dirceu.

por Miguelito Formador

figura daqui

A justiça cega do BrasilUma boa parte da sociedade brasileira comemorou há pouco tempo a “vitória” da Justiça ao condenar os chamados “Mensaleiros”, principalmente José Dirceu e José Genoíno.
Ao mesmo tempo, uma outra parcela da sociedade alertava para o fato de que o julgamento do Mensalão não representava um progresso na Justiça e tampouco na política brasileira. Pelo contrário, representava “um pouco mais do mesmo”, o que seria a manutenção das mesmas tradições elitistas e conservadoras, afinal, foi o único caso de improbidade administrativa na política brasileira que havia sido julgado com rigorosidade ímpar – inclusive passando por cima da Constituição, da ética e dos costumes, para condenar os réus – justamente por se tratar de um partido/governo mais popular e progressista que praticamente todos os outros que governaram este país por 500 anos. Ou seja, quando justiça “foi feita”, o foi para com políticos mais progressistas, que tendiam a tentar quebrar o Status Quo, ao invés de ter sido aplicada àqueles que mantém tradicionalmente o Status Quo.

A Justiça dormia; acordou quando algo colocava em risco o Status Quo, a desigualdade social, as regalias de poucos em detrimento do sofrimento de muitos, e após ter feito seu trabalho freando o progresso, voltou a dormir, se acomodando nos braços de Morfeu.

As provas de que esta segunda parcela da sociedade parecia ter razão já começam a ficar um pouco mais claras. Após o Mensalão, havia a esperança de que uma nova Era na Justiça e na Política brasileira estava por se iniciar. Porém, na prática, o que vemos é a mesma vagarosidade e parcialidade de sempre, para investigar e julgar outros casos de corrupção ou improbidade administrativa, que não envolvam o PT, mas sim partidos da oposição, como o PSDB e DEM, ou envolvendo o poderoso “ainda aliado” do PT, o PMDB. Exemplos disso são o Mensalão Tucano e o caso do Propinoduto.

Para embasar tais colocações, esse blog replica na íntegra o artigo de Ricardo Melo em sua coluna da Folha de São Paulo. 
Ricardo Melo, 58, é jornalista. Na Folha, foi editor de ‘Opinião’, editor da ‘Primeira Página’, editor-adjunto de ‘Mundo’, secretário-assistente de Redação e produtor-executivo do ‘TV Folha’, entre outras funções. Atualmente é chefe de Redação do SBT (Sistema Brasileiro de Televisão). Também foi editor-chefe do ‘Diário de S. Paulo’, do ‘Jornal da Band’ e do ‘Jornal da Globo’. Na juventude, foi um dos principais dirigentes do movimento estudantil ‘Liberdade e Luta’ (‘Libelu’), de orientação trotskista.

Assim caminha a impunidade

Meio na surdina, como convém a processos do alto tucanato, a Justiça livrou mais um envolvido no chamado mensalão mineiro. O ex-ministro e ex-vice-governador Walfrido dos Mares Guia safou-se da acusação de peculato e formação de quadrilha, graças ao artifício de prescrição de crimes quando o réu completa 70 anos. Já se dá como praticamente certa a absolvição, em breve, de outro réu no escândalo. Trata-se de Cláudio Mourão, ex-tesoureiro da campanha do PSDB ao governo mineiro em 1998. Ao fazer 70 anos em abril, Mourão terá direito ao mesmo benefício invocado por Mares Guia.

Vários pesos, várias medidas. Enquanto o chamado mensalão petista foi julgado com celeridade (considerado o padrão nacional) e na mesma, e única, instância suprema, o processo dos tucanos recebe tratamento bastante diferente. Doze anos (isso mesmo, doze!) separam a ocorrência do desvio de dinheiro para o caixa da campanha de Eduardo Azeredo (1998) da aceitação da denúncia (2010). Com o processo desmembrado em várias instâncias, os réus vêm sendo bafejados pelo turbilhão de recursos judiciais.

Daí para novas prescrições de penas ou protelações intermináveis, é questão de tempo. Isso sem falar de situações curiosas. O publicitário Marcos Valério, considerado o operador da maracutaia em Minas, já foi condenado pelo mensalão petista. Permanece, contudo, apenas como réu no processo de Azeredo, embora os fatos que embasaram as denúncias contra o PSDB mineiro tenham acontecido muito antes.

Se na Justiça mineira o processo caminha a passo de cágado, no Supremo a situação não é muito animadora. A ação contra Azeredo chegou ao STF em 2003. Está parada até agora. Diz-se que o novo relator, o ministro Barroso, pretende acelerar os trabalhos para que o plenário examine o assunto ainda este ano. Algo a conferir.

Certo mesmo é o contraste gritante no tratamento destinado a casos similares. Em todos os sentidos. Tome-se o barulho em torno de um suposto telefonema do ex-ministro José Dirceu de dentro da cadeia. Poucos condenam o abuso de manter encarcerado um preso com direito a regime semiaberto. Isso parece não interessar. Importa sim reabrir uma investigação sobre uso de celular, que aliás já havia sido arquivada. Resultado: com a nova decisão, por pelo menos mais um mês Dirceu perde o direito de trabalhar fora da Papuda.

Por mais que se queira, é muito difícil falar de imparcialidade diante de tais fatos, que não são os únicos. As denúncias relativas à roubalheira envolvendo trens, metrô e correlatos, perpetrada em sucessivos governos do PSDB, continuam a salvo de uma investigação séria. Isso apesar da farta documentação colocada à disposição do público nas últimas semanas. Vê-se apenas o jogo de empurra e muita, muita encenação. Alguém sabe, por exemplo, que fim levou a comissão criada pelo governo de São Paulo para supostamente investigar os crimes? Silêncio ensurdecedor. Mesmo assim, cabe manter alguma esperança na Justiça -desde que seja a da Suíça.

*

Depois da operação estapafúrdia na cracolândia e dos acontecimentos nas manifestações de sábado, ou o governador Geraldo Alckmin toma alguma providência para disciplinar suas polícias, ou em breve ele terá aquilo que todo governante sempre deveria temer: um cadáver transformado em mártir.

por Miguelito Formador

Para acessar o artigo original da Folha, clique aqui
figura daqui

bandeira-brasil Estou decepcionado.

 Pois, depois de 64 seções do Supremo Tribunal Federal, órgão máximo da justiça no Brasil, exceções foram aprovadas e doze condenados terão suas penas revistas.

 Creio que, independente de partido, credo ou protestos nas ruas, a corrupção deveria começar a ser punida a fim de que fosse iniciado o processo de “limpa” na esfera política ou uma real melhora nas esferas “superiores” e “inatingíveis” da população.

 Não quero entrar em detalhes ou nomear este ou aquele ministro. Também não quero entrar no mérito da disputa partidária, dizendo que o PT fez “isso”, mas o PSDB fez “aquilo” e o Maluf fez “muito mais”…

Apesar de ter ocorrido sempre dentro da lei, acho apenas que o julgamento mais longo da história do Brasil corre o risco de ser prorrogado por mais um ano (ou dois) e terminar por cancelar a prisão em regime fechado do Sr. José Dirceu.

Óbvio que outros podem ser beneficiados, alguns inclusive passando de regime semi-aberto (entre quatro e oito anos de pena) a prisão domiciliar ou penas alternativas (menor que quatro anos). Óbvio também que todos no Brasil têm direito a recorrer de uma decisão judicial caso creiam que caiba tal recurso. E óbvio que nenhum dos doze sairá desse julgamento inocentado (a revisão não é de todo o processo, somente do crime de formação de quadrilha e de sua interpretação pelos Ministros).

Minha chateação está pautada no fato de ser o Supremo, de haver ocorrido uma condenação por sete votos contra quatro, de ter sido usado tal subterfúgio de recurso escuso na lei e desse subterfúgio beneficiar políticos…

Mas me veio aquela sensação de impotência, de impunidade dos políicos… Simplesmente não dá pra cobrar mais nada. Não consigo crer hoje que os culpados (políticos ou não) incluídos no escândalo do Metrô em São Paulo serão punidos; embora eu torça pra que sejam e exemplarmente. Mas não consigo acreditar na seriedade e imparcialidade do órgão máximo da justiça brasileira. Quantos outros casos poderiam ter sido julgados nessas 64 seções do Mensalão? Ou ao menos nessas últimas onze relativas aos recursos e nas próximas vinte?

Parece-me mais do que nunca, que a justiça serve apenas para pobres!

Lembrei-me de um conceito de Platão, frase que li pela primeira vez num livro do Dan Brown: “Quis custodiet ipsos custodes?” ou “Quem guardará os guardiões?” / “Quem controlará os controladores?” (do Wikipedia).

Enquanto houver brigas de ego no Supremo, enquanto o Legislativo puder legislar em causa própria, enquanto o Executivo puder usar do nepotismo durante o governo e enquanto todos eles seguirem enriquecendo às custas do povo, que deveriam na realidade representar… Não haverá real progresso, quiçá ordem.

por Celsão revoltado. 

A bandeira amassada tirei daqui

ministros-stf-1 Semana passada, tive um “baque” novamente, ao ver que as falcatruas golpistas da elite brasileira (ou mundial), continuam a todo vapor.
As novelas que estes constroem e a forma como manipulam os sentimentos dos meros mortais, que vivem numa espécie de “Matrix”, é uma barbaridade. Principalmente ao se pensar que vivemos num novo milênio.
Provavelmente, não foi coincidência que a votação da semana passada dos embargos do Mensalão, ficou empatada em 5×5, tendo que ser decidida essa semana pelo Ministro Celso de Mello, que tem o voto de minerva. Pelo menos oito dos ministros, já tinham seus votos conhecidos; ou seja, sabia-se como votariam. Mesmo a ordem de votação sendo escolhida por “tempo de casa”, é uma baita de uma coincidência ter ocorrido um empate e assim prolongando o julgamento, dando mais audiência e mais sensacionalismo para o povo do “pão e circo” que é a massa cheirosa. Reparem que, como que num toque de mágica, o julgamento da semana passada parecia mais um jogo de futebol acirrado. Vejam a evolução do resultado da votação pelos embargos: 0x1, 1×1, 2×1, 3×1, 3×2, 4×2, 4×3, 5×3, e neste momento, sendo necessário somente mais um voto a favor dos embargos, os próximos dois votos são contrários, e o resultado fica empatado em 5×5. E assim a decisão vai pro gol de ouro! Querem mais emoção que isso?
Como se isso já não bastasse, presenciamos a CENA de Marco Aurélio Mello, que fez um teatro digno de representação de Shakespeare, tentando colocar toda a pressão da mídia e da população sobre Celso de Mello, de forma que este se intimide, e tenda a votar contra os embargos, juntamente com o próprio Aurélio Mello, além de JB, Fux, Gilmar Mendes, todos de integridade mais que questionável, e Carmen Lúcia.
Aurélio Mello, “encheu linguiça”, fez um teatro, colocou pressão em Celso de Mello, e consumiu todo o tempo. No fim do voto de Aurélio de Mello, Joaquim Barbosa deu por encerrada a sessão, alegando que 3 dos ministros tinham outros compromissos. Mesmo Celso de Mello alegando que precisaria somente de 5 minutos para votar, JB manteve sua decisão, decisão essa que dá fortes indícios de ter havido um “acordo de cavalheiro” entre Aurélio Mello, que prolongou seu voto ao máximo, e JB que encerrou a sessão argumentando que já estava “tarde” para o último voto.
E assim o julgamento foi adiado para esta semana, e Celso de Mello ganhou de brinde dias amargurados, sofrendo repressões duras da mídia e da classe média brasileira, que já o ameaçam de antemão, de traidor da pátria, caso vote a favor dos embargos, o que garantiria aos réus um direito que é deles, pois os embargos infringentes estão previstos no regimento interno do STF e garantidos pela Constituição. Mas no fim, como já perceberam a maioria dos juristas sensatos e honestos em suas análises, não se trata prioritariamente de justiça, mas sim de marketing político.
Tive ânsia de vômito e dores de cabeça na quinta-feira passada ao assimilar tudo isso e identificar o que estava acontecendo ali. Uma dor de perceber que nosso mundo, às vezes, regride à idade média, ou Eras ainda mais remotas, quando o que está em jogo é o interesse das elites titeriteiras. E ainda mais dor, em saber que a maioria absoluta da população não percebe que está comendo estrume, acreditando estar comendo caviar. E ai de quem tentar alertar-lhes, será tratado como bandido, arrogante, mau-caráter, ou ET.
A zona de conforto também é uma das características do ser humano mais exploradas pela elite titeriteira.
Para aqueles que querem mais informação, recomendo o comentário de Bob Fernandes aqui no youtube e essa leitura do Nassif onde este compara alguns ministros do STF com antigos déspotas.
E AQUI um excelente artigo de Paulo Moreira Leite, sobre o julgamento do Mensalão e também sobre a atual fase de embargos.
por Miguelito Nervoltado
figura retirada da Veja