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A justiça cega do BrasilUma boa parte da sociedade brasileira comemorou há pouco tempo a “vitória” da Justiça ao condenar os chamados “Mensaleiros”, principalmente José Dirceu e José Genoíno.
Ao mesmo tempo, uma outra parcela da sociedade alertava para o fato de que o julgamento do Mensalão não representava um progresso na Justiça e tampouco na política brasileira. Pelo contrário, representava “um pouco mais do mesmo”, o que seria a manutenção das mesmas tradições elitistas e conservadoras, afinal, foi o único caso de improbidade administrativa na política brasileira que havia sido julgado com rigorosidade ímpar – inclusive passando por cima da Constituição, da ética e dos costumes, para condenar os réus – justamente por se tratar de um partido/governo mais popular e progressista que praticamente todos os outros que governaram este país por 500 anos. Ou seja, quando justiça “foi feita”, o foi para com políticos mais progressistas, que tendiam a tentar quebrar o Status Quo, ao invés de ter sido aplicada àqueles que mantém tradicionalmente o Status Quo.

A Justiça dormia; acordou quando algo colocava em risco o Status Quo, a desigualdade social, as regalias de poucos em detrimento do sofrimento de muitos, e após ter feito seu trabalho freando o progresso, voltou a dormir, se acomodando nos braços de Morfeu.

As provas de que esta segunda parcela da sociedade parecia ter razão já começam a ficar um pouco mais claras. Após o Mensalão, havia a esperança de que uma nova Era na Justiça e na Política brasileira estava por se iniciar. Porém, na prática, o que vemos é a mesma vagarosidade e parcialidade de sempre, para investigar e julgar outros casos de corrupção ou improbidade administrativa, que não envolvam o PT, mas sim partidos da oposição, como o PSDB e DEM, ou envolvendo o poderoso “ainda aliado” do PT, o PMDB. Exemplos disso são o Mensalão Tucano e o caso do Propinoduto.

Para embasar tais colocações, esse blog replica na íntegra o artigo de Ricardo Melo em sua coluna da Folha de São Paulo. 
Ricardo Melo, 58, é jornalista. Na Folha, foi editor de ‘Opinião’, editor da ‘Primeira Página’, editor-adjunto de ‘Mundo’, secretário-assistente de Redação e produtor-executivo do ‘TV Folha’, entre outras funções. Atualmente é chefe de Redação do SBT (Sistema Brasileiro de Televisão). Também foi editor-chefe do ‘Diário de S. Paulo’, do ‘Jornal da Band’ e do ‘Jornal da Globo’. Na juventude, foi um dos principais dirigentes do movimento estudantil ‘Liberdade e Luta’ (‘Libelu’), de orientação trotskista.

Assim caminha a impunidade

Meio na surdina, como convém a processos do alto tucanato, a Justiça livrou mais um envolvido no chamado mensalão mineiro. O ex-ministro e ex-vice-governador Walfrido dos Mares Guia safou-se da acusação de peculato e formação de quadrilha, graças ao artifício de prescrição de crimes quando o réu completa 70 anos. Já se dá como praticamente certa a absolvição, em breve, de outro réu no escândalo. Trata-se de Cláudio Mourão, ex-tesoureiro da campanha do PSDB ao governo mineiro em 1998. Ao fazer 70 anos em abril, Mourão terá direito ao mesmo benefício invocado por Mares Guia.

Vários pesos, várias medidas. Enquanto o chamado mensalão petista foi julgado com celeridade (considerado o padrão nacional) e na mesma, e única, instância suprema, o processo dos tucanos recebe tratamento bastante diferente. Doze anos (isso mesmo, doze!) separam a ocorrência do desvio de dinheiro para o caixa da campanha de Eduardo Azeredo (1998) da aceitação da denúncia (2010). Com o processo desmembrado em várias instâncias, os réus vêm sendo bafejados pelo turbilhão de recursos judiciais.

Daí para novas prescrições de penas ou protelações intermináveis, é questão de tempo. Isso sem falar de situações curiosas. O publicitário Marcos Valério, considerado o operador da maracutaia em Minas, já foi condenado pelo mensalão petista. Permanece, contudo, apenas como réu no processo de Azeredo, embora os fatos que embasaram as denúncias contra o PSDB mineiro tenham acontecido muito antes.

Se na Justiça mineira o processo caminha a passo de cágado, no Supremo a situação não é muito animadora. A ação contra Azeredo chegou ao STF em 2003. Está parada até agora. Diz-se que o novo relator, o ministro Barroso, pretende acelerar os trabalhos para que o plenário examine o assunto ainda este ano. Algo a conferir.

Certo mesmo é o contraste gritante no tratamento destinado a casos similares. Em todos os sentidos. Tome-se o barulho em torno de um suposto telefonema do ex-ministro José Dirceu de dentro da cadeia. Poucos condenam o abuso de manter encarcerado um preso com direito a regime semiaberto. Isso parece não interessar. Importa sim reabrir uma investigação sobre uso de celular, que aliás já havia sido arquivada. Resultado: com a nova decisão, por pelo menos mais um mês Dirceu perde o direito de trabalhar fora da Papuda.

Por mais que se queira, é muito difícil falar de imparcialidade diante de tais fatos, que não são os únicos. As denúncias relativas à roubalheira envolvendo trens, metrô e correlatos, perpetrada em sucessivos governos do PSDB, continuam a salvo de uma investigação séria. Isso apesar da farta documentação colocada à disposição do público nas últimas semanas. Vê-se apenas o jogo de empurra e muita, muita encenação. Alguém sabe, por exemplo, que fim levou a comissão criada pelo governo de São Paulo para supostamente investigar os crimes? Silêncio ensurdecedor. Mesmo assim, cabe manter alguma esperança na Justiça -desde que seja a da Suíça.

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Depois da operação estapafúrdia na cracolândia e dos acontecimentos nas manifestações de sábado, ou o governador Geraldo Alckmin toma alguma providência para disciplinar suas polícias, ou em breve ele terá aquilo que todo governante sempre deveria temer: um cadáver transformado em mártir.

por Miguelito Formador

Para acessar o artigo original da Folha, clique aqui
figura daqui
Manifestante contra o Propinoduto

Manifestante contra o Propinoduto

Um dos assuntos mais comentados nos últimos dias e que ainda vai dar o que falar é o esquema de cartel nas licitações do Metrô de São Paulo e Brasília, denunciado pela Siemens. Já fizemos um post sobre isso (aqui), mas antes de falar mais sobre este assunto, queremos contar uma historinha que poucos conhecem.

Até o final dos anos 90, a lei alemã permitia que empresários pagassem propina a autoridades no exterior, para facilitar a aprovação de contratos. Nos anos 80, a prática era tão comum, que as companhias podiam até mesmo descontar o valor das propinas do imposto de renda pago na Alemanha.

Não somente na Alemanha, mas em muitos países do mundo, essa prática de cartel e pagamento de propina era uma prática “legal”, pois não existiam leis bem definidas que impedissem as mesmas. Diversas empresas, em diversos países, realizavam práticas parecidas. Ou seja, não era exclusividade da Alemanha, muito menos da Siemens.

Essa prática surgiu logo após a Segunda Guerra Mundial. As indústrias europeias buscaram mercados em expansão e carentes de tecnologia na época, como a América Latina, Ásia e Oceania para recuperar as economias e sair da recessão provocada pela guerra. Os cartéis e pagamentos de propinas eram comuns nesses mercados e incentivados pelos governos europeus, por significar uma provável “salvação”.

Com o passar dos anos, vários países começaram a atualizar suas legislações, passando a contemplar a proibição de tais práticas.

Na Alemanha, a reforma veio no final da década de 90. Porém, enquanto o mundo “puxava o freio de mão”, a Alemanha dava “totozinhos” no freio. Ao que parece, a cultura desta prática era tão presente no mundo dos negócios por lá, que os empresários alemães tiveram dificuldades em se adaptar às novas regras.

Então, em 2006/2007, tornou-se conhecido o fato de que a Siemens continuava com essa prática em diversos países. O que serviu de estopim para que a mentalidade alemã, no geral, entrasse num processo radical de mudança.

Na Siemens, houve uma verdadeira “faxina”. A “cúpula” da Siemens caiu: presidente, boa parte da diretoria de sua matriz (na Alemanha), além de diretores pelo mundo afora foram demitidos. Alguns foram inclusive presos. Multas milionárias foram aplicadas nos Estados Unidos e Alemanha e houveram sanções em diversos países.

Após esses escândalos, a Siemens adotou uma série de medidas e reformas internas com um único intuito: se tornar exemplo de conduta e de ética no mundo dos negócios.

Com essas novas diretrizes como pré-condição para a realização de qualquer negócio, a Siemens passou a ganhar os mais diversos selos de transparência e ética por todo o mundo e se tornou um exemplo de boa conduta. “

Agora, voltando ao caso específico…

De acordo com a mídia, a Siemens denunciou um Cartel existente entre várias empresas, entre elas a Alstom, Bombardier, Mitsui, CAF, TTrans e a própria Siemens, na disputa das licitações da CPTM e do Metrô de São Paulo e do metrô de Brasília.

Ainda segundo as reportagens, os depoimentos dados por funcionários da Siemens Brasil e da Siemens Alemanha dão detalhes de como o esquema era feito. No caso, as empresas ganhavam as concessões, se alternando; e para que o esquema fosse possível, pagava-se propina para membros-chave do PSDB e para diretores/funcionários do metrô de São Paulo (que é uma empresa estadual). O esquema viria desde o Governo de Mário Covas, passando por Geraldo Alckmin e José Serra, todos do PSDB, afinal de contas, o PSDB governa São Paulo há duas décadas.

Vale uma ressalva aqui: o governador Geraldo Alckmin processou ou processaria a Siemens por conta das denúncias (aqui), ignorando o princípio de leniência aplicado a esses casos, que significa o não-envolvimento dos denunciantes (no caso, diretores da Siemens) nos processos advindos da investigação. Pois bem, para nós, o processo só foi (ou seria) aberto para tentar mostrar repúdio ao esquema e desvincular a figura dele próprio nesse “esquema”. Obviamente não dá pra “cravar” que houve envolvimento dos governadores, mas certamente todos eles serão réus de uma possível CPI ou mesmo investigação do Ministério Público. O governador parece bem confiante, pois até criou uma comissão externa para investigar o caso, chamada Movimento TranSParência (aqui).

Este escândalo ainda está em fase de investigação. O CADE possui mais de 30TB de informação pra ser analisada. E o processo pode durar meses! (aqui e no meio desta notícia)
A Siemens do Brasil não se pronuncia oficialmente sobre o caso, exatamente por estar em investigação.

O fato é: o que aconteceu no Brasil não é novidade, pois é o mesmo que aconteceu no mundo. Não é boato, nem conspiração, mas sim fato confesso! A diferença  é que, na maioria dos países o caso foi revelado e julgado, mas no Brasil, não. Já em 2008, funcionários da Siemens Alemanha davam depoimentos revelando os esquemas no Brasil. Mas o caso foi ignorado pelo Ministério Público de São Paulo e pela mídia brasileira. E aqui vai uma segunda opinião nossa: tais denúncias devem ter sido abafadas por conta de políticos e empresários envolvidos com o cartel, os quais possuem claramente estreitas relações com o Ministério Público de São Paulo e com a Grande Mídia.

Mas esse escândalo está na mídia” – alguns podem argumentar. Bom, a primeira representante da “Grande Mídia” a tratar do assunto com real atenção e profissionalismo, e principalmente sem atraso foi a revista Isto É, em sua edição número 2279 do dia 19 de Julho de 2013.

Aproximadamente duas semanas mais tarde, o restante da “Grande Mídia” acordou de um sono profundo, como se tivesse sido beijada pelo príncipe, e então começou a divulgar o escândalo. Porém, a maior parte dela divulga com certa cautela, evitando ao máximo dar “porrada” no governo de São Paulo e dando mais foco às empresas privadas envolvidas.

E o povo? Por que ninguém comenta sobre isso no Facebook? Por que ainda não existem e-mails sensacionalistas? Por que este não é o assunto mais tratado das mesas de boteco? Por que o silêncio da população?

Na última quarta-feira, dia 14 de Agosto, o MPL (Movimento Passe Livre) realizou uma manifestação “de panfletagem” com três mil participantes, contra o Propinoduto e juntamente com os metroviários. Justo, afinal já existem cálculos de que o prejuízo com o tal “Trensalão” (nome dado pelo PT) pode chegar a quase dois bilhões de reais, dinheiro que, se utilizado nas passagens de São Paulo, estas custariam algo em torno de R$ 0,90!

Se os cálculos estiverem certos, existe um motivo concreto e claro para justificar protestos e investigações. E mesmo assim, a manifestação do dia 14 contou com meros três mil participantes. Logo agora que existe um motivo concreto para luta, o povo adormece novamente (AQUI para ler sobre o gigante adormecido). Vale voltar a refletir sobre as causas e inspirações das manifestações de julho.

Pra concluir, deixamos outras perguntas pra reflexão: E se ao invés do PSDB, fosse o PT o partido envolvido? Como estaria a mídia? Como estaria o Facebook? Como estariam os e-mails? E como seria a manifestação do dia 14 de Agosto? Como seria……?

por Celsão Correto e Miguelito Formador

Figura daqui

rio212505_270x167Creio que essa seja uma pergunta que muitos se fazem, dia após dia. Principalmente depois de todos os manifestos ocorridos em Junho, de todo o levante popular observado em vários pontos do Brasil e exterior, de todas as tentativas da mídia em desvalorizar, depois explicar e finalmente supervalorizar o ocorrido.

Parece realmente que “a adrenalina baixou” e que os poucos movimentos organizados diminuiram sua agenda de manifestos depois da vitória dos vinte centavos e da PEC 37 (exceção feita aos cariocas que pedem a saída do governador Sérgio Cabral e suas insistentes incursões à casa do mesmo no Leblon).

Porém, só parece! A tal “onda” de protestos, segue ativa, e pra surpresa da maioria, ainda no foco da grande mídia. (Que a meu ver teme que ocorra o mesmo fenômeno observado em Junho sem a devida cobertura imparcial e valorização). Atualmente, em quase todos os jornais da TV e portais da internet há um espaço (restrito, é verdade), para as manifestações ocorridas no país.

Mas, nos últimos dias foram noticiadas desde interdição a rodovias, quer seja por agricultores contra feiras clandestinas em Brasília, quer seja por moradores de Cubatão contra um incêndio (aqui), passando por índios reclamando de demarcação de terras (aqui) e chegando ao tema transporte público, bem explorado em Junho, de uma simples interdição de um terminal em Curitiba (aqui) à volta do MPL (Movimento Passe Livre) de São Paulo às ruas em apoio aos metroviários contra o escândalo das obras superfaturadas de trens e metrôs em São Paulo (aqui).

(Fizemos um post também sobre esse caso – acesso aqui.)

O que mudou nas manifestações é, primeiramente, o número de cidadãos envolvidos.

Sobre isso não há conclusão fácil: se por um lado o número diminuto de pessoas traz foco em uma causa e/ou reivindicação, por outro pode não atingir e “motivar” a mudança por aqueles que a podem executar (lê-se o governo, normalmente).

Uma segunda observação desses protestos “pós-despertar” é o invariável desfecho violento. Não somente pela participação da polícia, mas também pelos atos de vandalismo deflagrados pelos manifestantes em si. Bancos e instituições têm sido alvo de encapuzados que, além de depredar o patrimônio público, corroboram para uma contra-ação igualmente violenta das guardas metropolitanas e militar.

(inclusive ocorreu também em São Paulo um ato contra a própria PM, aparentemente sem violência, segundo a Folha)

Antes de concluir, vale “tirar o chapéu” para os cariocas. Não aqueles que têm saqueado lojas de departamento, mas aos que continuam seguindo o governador Cabral, pedindo sua saída (veja aqui) e aos que estiveram na Câmara acompanhando a CPI dos ônibus, recém instaurada. Um protesto silencioso, com mordaças pelos dez manifestantes que lá estão há mais de uma semana é um “tapa de luva de pelica” naqueles que badernam pura e simplesmente (detalhes da seção/vídeo da reportagem)

Aliás, creio que dificilmente o governo de São Paulo escapará de uma CPI para apurar o já batizado de “trensalão”, mesmo negando envolvimento e processando as empresas envolvidas.

Concluo, de opinião pessoal, romântica e crua, que o despertar trouxe benesses, se não a de seguir mobilizando a massa, a de fazer acreditar na mudança aos que se indignam.

O lado revoltado e revolucionário crê que a mídia só tem dado voz a todos os protestos para criar uma banalização dos atos em si e adormecer na classe média essa idéia que teima em dizer que “manifestar-se é bom”!

por Celsão correto

figura retirada daqui

IstoÉ_Propinoduto

Figura 1 – Isto É Propinoduto

Para início de conversa, assista ao comentário de Bob Fernandes sobre o Propinoduto. Basta clicar AQUI.

Só mais uma, das inúmeras provas que deixam claro todo o jogo elitista que está por trás da cúpula do PSDB.

Segundo divulgado em alguns meios da mídia, a Siemens denunciou um Cartel existente entre várias empresas na disputa das licitações do Metrô de São Paulo. Tem uma reportagem completa na Isto É. Basta clicar AQUI .
A Siemens é uma das envolvidas no Cartel, mas como a denuncia, ganha imunidade civil e criminal. Segundo apontam as notícias, haveria partido dela (Siemens) as denúncias.
Os depoimentos dados por funcionários da Siemens Brasil e da Siemens Alemanha, dão detalhes de como o esquema era feito. No caso, as empresas ganhavam as concessões, se alternando; e para que o esquema fosse possível, pagavam propina para o metrô de São Paulo (lembrando que o metrô é uma empresa do estado de São Paulo que é governado pelo PSDB há 2 décadas) e para os membros-chave dos governos Tucanos. O esquema viria desde Mário Covas, passando por Alckmin, Serra e Alckmin de novo. Inicialmente se falava em um valor que ultrapassava os R$ 50 milhões, em pagamento de propina. Agora, já se fala que o prejuízo aos cofres públicos tenha sido de R$557 milhões, com a chance de ter sido ainda maior, podendo chegar a R$ 1,925 bilhão! Clique AQUI para ver a notícia da UOL.
Ou seja, valor igual ao do Mensalão (caso sejam confirmados R$ 50 milhões), ou 10 vezes maior que o Mensalão (caso confirmados os R$ 557 milhões), ou 40 vezes maior que o Mensalão (caso o valor seja de R$ 1,925 bilhão). E o brasileiro acreditando na mídia, que o convenceu de que o Mensalão foi o maior e mais perverso esquema de corrupção de nossa história.
Para acessar um gráfico ilustrativo de como ocorria, supostamente o esquema, clique AQUI.
Ainda vale lembrar que, mesmo com todos os holofotes dados ao Mensalão, e mesmo com as polêmicas ocultações de provas a favor da defesa (como assim ocultação de provas? Clique AQUI e tire suas conclusões), e mesmo com todo o esforço de Joaquim Barbosa, Gilmar Mendes, Fux e outros Juízes de integridade extremamente questionável em condenar todos os réus com penalidade máxima possível, não existe no julgamento do Mensalão, nenhuma prova que mostre enriquecimento pessoal dos políticos envolvidos no esquema. Ali, a principal acusação é o chamado “caixa dois”, algo aplicado por todos os partidos desde a existência de política no Brasil e também a compra de votos de parlamentares, principalmente da oposição. Ou seja, se alguém enriqueceu, foram alguns parlamentares da oposição.
Já no propinoduto, estamos falando de pagamento de propina aos políticos e funcionários públicos. Milhões e milhões vindos do dinheiro público! Porque dinheiro público? Ora bolas, o cartel jogava o preço 20% acima da cotação oficial. Como o contratante é o governo de São Paulo, significa que o Governo está tirando 20% a mais de sua receita e pagando isso à empresa que ganha a licitação. Esses 20% excedentes, são depois repassados para funcionários do governo, em forma de propina. O que é isso, se não lavagem de dinheiro público para enriquecimento de funcionários públicos e membros do governo?
Outra observação interessante é, mais uma vez, sobre a mídia. Salvo exceções, como é o caso da Isto É, o restante da mídia praticamente se calou, no máximo, emitiu ruídos, nas duas primeiras semanas. Qual o motivo desse comportamento? Alguém vai me dizer que apareceu na Globo, saiu na Folha de São Paulo, no Estadão, etc. Mas só “bater ponto”, não conta! Quero ver dar cobertura, monitorar, pegar pesado, marcar em cima mesmo, e mostrar ao público, com o mesmo sensacionalismo do Mensalão. Sei que nos últimos dias a mídia aumentou a cobertura sobre o caso, e isso ocorreu, pois provavelmente perceberam que não tinha mais como esconder, e então tiveram que começar a falar, porém, com aquele tradicional “pega leve”, sem dar tanto foco partidário/político como deu no Mensalão ou a qualquer outro boato ou escândalo envolvendo o PT.
No Mensalão, foi pancada todas as semanas, todos os dias, desde que o esquema se tornou público através do Roberto Jefferson. E quando foi a julgamento, teve transmissão ao vivo pela grande mídia.
Vejam a figura abaixo, a qual ilustra muito bem o que estou falando.
Folha_Tratamento_PTxPSDB

Figura 2 – Tratamento da Folha – PT x PSDB

Manipulação da mais bandida que existe.

Por exemplo, a Folha recentemente publicou assim numa capa: “Rejeição de Dilma atinge 49%“…. Em outra capa, ela publica assim: “Alckmin tem 26% de aprovação“…..  Preciso falar algo mais? AQUI
Como disse Chico Buarque de Holanda: “A mídia ecoa muito mais o Mensalão do que fazia com FHC, a compra de votos, as privatizações. O FHC sempre teve uma defesa sólida da mídia, colunistas chamados de chapa-branca dispostos a defendê-lo a todo custo. O Lula não tem. Pelo contrário, é concurso de porrada para ver quem bate mais.” Querem me xingar? Não o façam, liguem para o Chico Buarque, foi ele quem disse isso, AQUI. Certamente, ele tem rabo preso com Lula, interesses políticos, afinal, Chico tem uma vasta história de corrupção e apoio a governos bandidos, além de sua conhecida desonestidade Intelectual. Esse Chico não presta! (ironia)
Além disso tudo, fico me perguntando: cadê as montagens sensacionalistas das Redes Sociais? Não vi UM amigo sequer, da minha rede social, falando sobre o propinoduto. Ninguém posta nada! Enquanto as montagens mentirosas contra Lula e Dilma, ou maquiavélicas, até desejando que Lula morra de câncer, estas sim, continuam a todo vapor. As redes sociais são o reflexo da mente do utilizador, que compartilha ali tudo que lhe agrada o ego. Ou seja, criticar o PT, sendo mentira ou não, agrada ao ego da maioria dos utilizadores (que são em boa parte, classe média). E o ego, a mente do cidadão, é um reflexo do que a mídia mostra. E aí nós vemos como tudo está conectado numa jogada de mestre.
A mídia não mostra escândalos tucanos, pois não quer colocar na mente das pessoas que o PSDB tem mais escândalos de corrupção que o PT.
Talvez pensem que estou sendo tendencioso. Pode até ser verdade. Mas para mudar minha forma de pensar, preciso de dados que contradizem o que eu sei.
O que eu sei é:

  1. Pelo projeto Ficha Limpa temos um ranking de partidos que tiveram seus candidatos a prefeitos cassados por corrupção. O PSDB lidera com 56 cassações. Ele vem seguido pelo PMDB com 49. O PT vem em oitavo, com 18 cassados. Mas se considerarmos que o PMDB possui 1024 prefeituras, enquanto o PSDB tem 702, percebemos que o PSDB dá uma lavada de corrupção nas prefeituras, se comparado com o segundo colocado, que é o PMDB. Tá AQUI ou também AQUI.
  2. Tem também o ranking de partidos com maior número de parlamentares cassados por corrupção, divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral, onde a sequência é: DEM, PMDB, PSDB e o PT na nona posição, ou seja, novamente, lá pra baixo.
  3. Além disso, temos o MUSEU da corrupção no Rio Grande do Sul, fundado por um professor doutor em economia, que faz um ranking dos maiores esquemas de corrupção dos últimos 30 anos. O economista faz um estudo minucioso, com levantamento de dados oficiais do Ministério Público, STF, STJ, CPI’s e dados internos do governo.
    Dos 10 maiores esquemas, 4 ou 5 foram em governos tucanos (PSDB), 2 em governos petistas, e o resto é governo Sarney, Collor, Itamar.

E estive aqui a pontuar 3 exemplos somente, de tantos dados oficiais que existem sobre esse assunto, onde todos eles comprovam a mesma coisa: PSDB está no topo da corrupção e o PT nem aparece entre os 5 primeiros. Mas tem uns “jênios” por aí no Brasil, que acreditam na mídia e acreditam que o PT inventou a corrupção. É lamentável !

Ou seja, para concluir o raciocínio, o que não aparece na grande mídia, não entra na cabeça do cidadão médio, e por isso, não aparece no facebook.
Não é defesa descarada ao PT, mas sim uma comparação entre o partido do Governo e o maior partido da oposição. Não enxerga quem não quer. Os dados estão expostos aí, é decisão de cada um acreditar em dados ou acreditar em lorotas. Vivemos numa democracia, acreditar em lorotas é permitido por lei, para a sorte de muitos, e para a felicidade da Grande Mídia e da elite.
@ Não posso afirmar com 100% de certeza que todos os dados que apresentei representam 100% da verdade. Quem quiser contestar os dados, tem todo o direito de fazê-lo, mas peço o mínimo de bom senso para que, ao fazê-lo, apresente dados de qualidade equivalente ou melhor, que contradigam aqueles que apresentei. Dar opinião cheia de preconceitos formados através de lorotas, qualquer um é capaz.
por Miguelito Nervoltado

Figura 1 retirada daqui
Figura 2 retirada daqui