Posts Tagged ‘Status Quo’

revolução_francesa_esquerda_direitaHoje é meu aniversário.
Eu sou um cara de esquerda.

Fico pensando, quantas pessoas deixarão de me parabenizar por esse motivo. Fico pensando em quantos “amigos” já tive, e já não tenho mais, pelo simples fato de eu ser de esquerda, e por não esconder minhas ideias e ideologias. Fico pensando, inclusive, nos parentes que fizeram parte de minha caminhada, ás vezes me pegaram no colo, e hoje não irão me escrever, nem telefonar, e possivelmente, nem querem me olhar, por eu ser como sou, surpreendentemente (para eles), diferente da maioria dos do meu sangue.

No meio desta reflexão, fico pensando o que algumas pessoas entendem como “ser de esquerda”. Será que pensam realmente que comunistas comem criancinhas? Qual a motivação para discriminar, esnobar, menosprezar, desrespeitar, não tolerar, ou até mesmo, odiar alguém de esquerda? Realmente, isso não faz o menor sentido para mim, mas isso deve se dever, muito provavelmente, pela forma como eu conceituo a afirmação “ser de esquerda”. Vou explicar.

Ser de esquerda não significa: ser marxista, ser socialista, ser comunista, ser rebelde, ser ser ser…… Ser de esquerda significa simplesmente, ser de esquerda. E dentro da ideia de ser de esquerda, há uma infinidade de variantes, possibilidades, flexibilidades, ideologias. Assim como o há dentro do conceito “ser de direita”.

Para entender a complexidade disso, é preciso primeiramente entender de onde originam-se os termos “esquerda e direita”?
Bom, há diferentes levantamentos históricos que apontam para as possíveis origens. Aquele com o qual tive contato e mais me pareceu relevante e profissional é o seguinte: Na França, durante a Revolução Francesa, a Assembleia Nacional se dividia em partidários do Rei de um lado, e apoiadores da revolução do outro. Não é coincidência que os revolucionários estavam à esquerda, e os monarcas à direita.

Desde então, o conceito ideológico de “esquerda” indica uma pessoa que tende a ser contra o status quo, uma pessoa que luta por mais direitos ao povo, uma pessoa que se coloca contra a opressão, uma pessoa que levanta bandeiras iguais ou semelhantes à da Revolução Francesa (Liberdade, Igualdade, Fraternidade).

Por que então definir alguém de esquerda como “socialista”, sendo que o termo tem origem mais antiga que a vida de Karl Marx?

Eu poderia aqui, inclusive, questionar os conhecimentos e preconceitos de quem considera algo “ruim” quando uma outra pessoa se diz admirador das teorias de Karl Marx. Inclusive, outro erro grotesco recorrente, é achar que o regime implantado por Stalin na Rússia, após a morte de Lenin em 1924, com o domínio militar dos arredores daquele país (URSS), ou o sistema vigente na Coréia do Norte, tem sincronia relevante com o trabalho intelectual feito por Marx. A complexidade teórica dos trabalhos de Marx, vai muito além do que qualquer sistema buscou implementar no mundo, e, em muitos aspectos, bem diferente. É o mesmo que criticar Adam Smith pelo fato dos EUA serem o país que mais geram guerras no mundo desde a segunda guerra mundial. Que culpa tem a teoria de Smith (capitalista)? Um simplismo lamentável, que enfraquece e deteriora o debate, gerando, ao invés de agregação de valor, um emburrecimento.

Mas mesmo assim, ser de esquerda, não é ser marxista, necessariamente. Até pode-se dizer, num geral, que ser marxista é ser de esquerda, mas não o contrário. Regra de conjuntos (lembram da matemática? A pertence a B, mas B não pertence a A.)

O conceito “esquerda”, inclusive, é um conceito mutável, variável, de acordo com a cultura, com o “tempo”, com o “espaço” em que se vive.

Por exemplo, há 50 anos no Brasil, eram de esquerda aqueles que lutavam pelos direitos dos mais pobres. Mas poucos de esquerda lutavam pelos direitos civis dos homossexuais. Há 150 anos no Brasil, dificilmente alguém de esquerda estaria lutando pelo fim da escravidão, pois a mentalidade da época, num geral, era atrasada para esse debate, a escravidão era algo completamente normal. Hoje em dia, até gente de direita, num geral, é contra a escravidão (apesar de bem criticarem os aumentos dos direitos trabalhistas e do salário mínimo de seus empregados).

Até mesmo num mesmo “tempo”, a aplicação do conceito “esquerda” pode variar dentro do “espaço”. Em Israel, poderíamos dizer que ativistas que lutam pelo fim do massacre contra a Palestina, e que protestam pelo respeito à vida dos muçulmanos palestinos, são pessoas de esquerda. Ou seja, em Israel, defender os direitos do muçulmanos, e se posicionar a favor dos mesmos, é ser de esquerda.
Já no Afeganistão, ser contra o Talibã, contra todo e qualquer tipo de radicalismo muçulmano, e se posicionar requerendo mais direitos aos católicos e adeptos de outras religiões naquele país, é ser de esquerda.
Portanto, defender muçulmanos pode ser uma ação de esquerda ou não, dependendo do espaço/cultura em questão.

Assim, se quisermos tentar generalizar algo, podemos dizer que ser de esquerda é: defender ideais e atitudes que visem diminuir as injustiças do mundo, que visem trazer direitos, liberdades e responsabilidades iguais a TODOS os seres humanos, independente de sua orientação sexual, cor de pele, religião, cultura, gênero, idade. É lutar por toda e qualquer minoria oprimida dentro de uma cultura naquele “espaço x tempo”. Ser de esquerda é não aceitar barbaridades, sendo elas uma vez identificadas. Ser de esquerda, é, antes de mais nada, sonhar com um mundo cada vez melhor para nós, e para os outros, entendendo limitações de perspectiva de “certo e errado” num determinado “espaço x tempo”.

Dentro destas perspectivas abordadas, penso naqueles que têm qualquer tipo de impressão ou sentimento ruim/negativo contra “pessoas de esquerda”. Há algumas explicações lógicas para esses sentimentos.

1)      Não concordar com as utopias que descrevi acima: Isso implicaria claramente na conclusão de que essa pessoa é desprovida de bondade e amor para com o próximo em seu coração. Portanto, se tem sentimentos ruins contra mim (ou alguém de esquerda), faz sentido, pois somos opostos no coração.

2)      Consideram ingênuos quem possui tais utopias: Bom, mesmo que fossemos ingênuos, seria ingenuidade motivo para dispensarmos más impressões e sentimentos ruins para com a pessoa? Seria, o fato de sonhar “ingenuamente” com um mundo melhor, um motivo para desgostar de alguém? Mesmo que na prática nossas ideologias fossem impraticáveis, não bastaria conhecer os sonhos e o bom coração de alguém para admirar-lhe, ou ao menos, respeitar-lhe?
E…. sabendo que há poucas verdades absolutas no mundo, e que estamos, num geral, buscando evoluir e aprendendo novas verdades, o que seria um erro mais grave: possuir boas e justas ideias, e, mesmo sabendo difícil, tentar buscar formas de aplicar-lhes na vida real; ou dar de ombros e simplesmente viver de acordo com a realidade existente, e aceitando o mal, inclusive, vivendo de parte dele para ganhar sua vida?

3)      Um desconhecimento completo do que o termo esquerda significa: se esse o caso, penso que lendo este meu texto, e possuindo um pinguinho de humildade, já seria suficiente para eliminar o ponto 3 de sua vida.

Mais explicações coerentes não consigo enxergar para explicar tais sentimentos.

Fico feliz por estar aumentando, diariamente, o número de pessoas pelas quais tenho carinho e sou retribuído, mundo a fora. E claro, lamento por aqueles que se foram, deliberadamente, de minha vida, ou aqueles que eu mesmo tive que retirar, por estarem presentes no ponto “1)” descrito acima, pois de pessoas perversas, realmente, eu busco me distanciar.

por Miguelito Formador

figura daqui

Pirâmide_SocialQue vivemos em mundo injusto, cruel, desumano, desigual, bárbaro, quase todos nós humanos concordamos. Porém, ao propormos soluções para que estes problemas sejam amenizados e tenhamos um lugar melhor para se viver no futuro, as divergências começam a aparecer.
Há aqueles que acreditam na caridade como forma de solucionar os problemas do mundo (já escrevi sobre isso AQUI). Há aqueles que acreditam no poder da oração. Há aqueles que acreditam na meditação. Há aqueles que acreditam numa mudança de comportamento, buscando uma forma mais bucólica e natural de vida. Há quem não acredite em soluções e que estejamos fadados ao desaparecimento, extinção.

Eu acredito que a única ferramenta capaz de causar mudanças no Status Quo, enfraquecendo o sistema vigente onde poucos tanto têm e muitos nada têm, é a educação crítica em paralelo com ações governamentais progressistas em prol das minorias.

O mundo caminha cada vez mais para uma manipulação em massa das sociedades, uma vez que é interesse da elite que os sistemas educacionais se degenerem em qualidade para que os alunos se tornem especialistas em determinadas áreas, mas sejam completamente alienados e acríticos com relação ao mundo como um todo. Assim, as escolas a cada dia mais, formam ótimos especialistas, mas péssimos seres humanos.

Em paralelo a isso, a mídia convencional desempenha cada vez mais um papel de geração de medo, ódio e sentimento de caos, o que impulsiona e estimula o consumo desenfreado, tão lucrativo para as grandes empresas e bancos, mas nada sustentável para a sociedade e para o meio ambiente. Sabe-se ainda que a mídia deslumbra e ludibria as sociedades com seus programas sensacionalistas e pobres em conteúdo, o que gera seres humanos incapazes de raciocinar, e hipnotizados com as telinhas.

Essa mesma mídia é tendenciosa e parcial, pois assim como qualquer empresa, defende os interesses daqueles que lhes pagam, no caso, seus anunciantes e patrocinadores, que são as grandes empresas, o capital privado, também conhecido como elite. Assim, a mídia raramente é pró-sociedade, pois ela é pró-capital privado, o que significa em outras palavras, pró-elite.

Essa combinação, sistema educacional degenerado + mídia manipuladora, gera uma sociedade perdida, que não tem sequer consciência que não são donos de seus próprios destinos, nem de suas próprias vontades.

Por isso, tenho plena convicção que se queremos um dia viver num mundo melhor, precisamos lutar pela educação crítica da sociedade, com forte foco em ética, moral, consciência política e consciência social, pois além de tudo, de uma sociedade consciente, florescerão também políticos conscientes que usarão o Estado cada vez mais em prol de gerar equilíbrio, justiça e igualdade em todos os níveis e patamares da sociedade.

Obs.: Por falar em ter sonhos e utopias, aproveito para indicar um excelente e sensato texto do religioso e filósofo Leonardo Boff, que muito tem a ver com o que acabo de escrever. Clique AQUI

por Miguelito Formador

figura retirada do perfil do facebook

CaridadePretendo aqui tratar, de uma forma um tanto quanto dura, da caridade. Sei que a abordagem utilizada por mim é polêmica, desagradará a muitos, e estarei vulnerável para levar “pedradas”, mas o que se há de fazer? Certos assuntos geram dor, por tocarem nas nossas maiores fraquezas e disfarces.

Fazer caridade, doações, tirar férias para ir para África, Américas ou Ásia trabalhando em projetos sociais, e coisas do gênero, são ações bonitas e mostram ética e moral elevadas normalmente, mas de pouco adiantam para fazer do mundo um lugar realmente mais justo e mais igualitário.
Aproveito aqui para indicar um excelente artigo que sugere que boa parte das doações da Inglaterra, assim como do Mundo, para a África e países “subdesenvolvidos” num geral, acabam sendo redirecionadas não ao povo carente, mas sim às grandes corporações que atuam nestes países, principalmente as indústrias do agronegócio. Acesso o curto, porém excelente artigo clicando AQUI

O único caminho para realmente causar transformações duradouras no mundo é mudando nossa postura. Refletir sobre o nosso consumo, sobre nosso estilo de vida, nossas casas, o que nosso trabalho traz para o mundo. Refletir sobre a educação que damos aos nossos filhos e pessoas em nossa área de influência.
Temos que sair da zona de conforto intelectual(pois nos é ensinado que a vida é assim mesmo, o ser humano é mal de natureza, e algumas pessoas tem mais sorte, outras menos… e assim nos tornamos passivos, coniventes, “cúmplices” das desgraças e barbáries do mundo).
Nesta mesma linha de raciocínio gostaria de indicar-lhes um excelente vídeo, de somente 20 minutos, que faz uma explicação didática de como funciona nosso sistema vigente, tendo como base de sustento o consumo desenfreado, e como o mesmo é insustentável e catastrófico a médio e longo prazo. Clique AQUI

Temos que nos tornarmos mais críticos, questionadores. Entendermos de uma vez por toda que fomos educados para sermos alienados e manipulados, e assim sermos máquinas perfeitas de consumo e incapazes de criticar o sistema e mudar nossas posturas, seja pela alienação, seja pela nossa falta de tempo (o que também gera alienação), afinal, o sistema, nossos trabalhos, nos consomem por inteiro.

Temos que entender a seriedade do problema da degeneração do sistema educacional e da mídia. E tendo nosso interesse despertado para a crítica e por nos informarmos melhor, agiremos “politicamente” de forma ativa, direta- ou indiretamente, lutando para que ações políticas sejam tomadas visando melhorar a qualidade e os rumos da educação, visando reformar os valores das pessoas desde criança, e em paralelo outras ações devem ser tomadas garantindo mais direitos e mais justiça não para sua família, nem para o seu bairro, não para sua cidade, nem para seu país, mas para o Mundo como um todo, para todas as pessoas do Planeta.

A caridade sozinha, sem uma crítica político-social pesada em paralelo, é como tentar frear um rio com o próprio corpo. É como tentar apagar o incêndio de uma mata utilizando-se de copos de água. A intenção é boa, mas o impacto é pequeno.
Para resultados concretos, eficazes e duradouros, a única solução é a mudança de comportamento e atitudes, lutar por uma educação que seja ferramenta para gerar senso crítico e que ensine o ser humano a viver bem e de forma justa, ética e honesta; e lutar por interferência política em prol daqueles que mais necessitam de suporte e apoio.
Tudo que fugir muito disso, é mera tentativa de frear o rio. É bonito e nobre, mas pouco eficiente.

Se você pratica caridade, do fundo de meu coração, eu bato palmas para você. Continue, pois o resultado certamente é positivo. Mas busque em paralelo desenvolver este lado crítico em você, busque entender e levar a sério o poder de mudança que a política possui, seja ativo no processo de mudanças duradouras. Mas continue praticando a caridade, pois ela conforta, mesmo que provisoriamente, as dores do próximo, além de trazer a nós mesmos conforto espiritual.

por Miguelito Formador

figura daqui

 

Rei_Camarote

Vi o comentário do Jornalista Bob Fernandes sobre o vídeo do rei do camarote (vídeo aqui). Confesso que não tive saco de procurar o vídeo do cara no youtube. Alinhado ao comentário do Bob, reparei nas minhas poucas entradas no facebook, que este caso estava bombando por ali. Pois bem, nem vou me aprofundar no mesmo, pois ao perder tempo com ele especificamente, estarei afogando meu ego na mesma futilidade a qual desprezo.

Mas aproveitando as reações que vi a favor do magnata, dizendo que o dinheiro é dele, e por isso ele faz o que quiser com o mesmo, e coisas do tipo, resolvi escrever um breve conto, que segue abaixo:

Pedro Luis nasceu num berço de ouro, papai tinha uma fortuna de 400 milhões de Dólares. Pedro foi criado com muito mimo, nunca aprendeu a dar valor à essência da vida, ao amor, ao próximo, às tristezas e problemas ao seu redor, à pureza da natureza, à satisfação de realizar uma gentileza.

Papai morreu, Pedro herdou tudo, e torrou sempre do jeito que quis, com farras, baladas, drogas, mulheres, com mansões, carros (atropelando os outros em “pegas” nas ruas), etc.

João por sua vez, nasceu num casebre numa favela, à beira do esgoto. Quando chove, o esgoto entra dentro de casa. Ele divide um quarto com seus outros 3 irmãos, com os pais, e os dois cachorros de rua que a mãe adotou. O pai era trabalhador honesto, braçal e a mãe era empregada doméstica. Ambos juntos somavam 900 reais de salário. Justamente por isso, João e seus irmãos tiveram pouco estudo, pois tiveram que ajudar no lar, trabalhando de 6 a 10 horas por dia desde os 6 anos de idade. João tentou se dedicar aos estudos até, mas quando o pai morreu durante uma briga de gangues, com uma bala perdida, tudo ficou mais difícil. A mãe, 2 anos depois, teve uma inflamação muscular, e por falta de acesso a médicos e medicamentos mais caros, ficou praticamente inválida para o trabalho.

Assim João e seus irmãos se tornaram adultos, sem estudos. Por falta de qualificação foram obrigados a repetir as “carreiras” dos pais, trabalhadores braçais que ganham abaixo do salário mínimo.

Pedro, com toda sua fortuna, poderia sim esbanjar, gastar com futilidades, obviamente, é direito dele. Mas se ele fosse um ser humano com o mínimo de compaixão, sensibilidade , ética, moral, amor no coração, então ele pegaria 20%, 30%, 40%, ou até mais de seu dinheiro, e investiria em ONGs de ajudas sociais, ou faria doações, criaria empresas que fizessem projetos para educação ou distribuição de renda, ou coisas do tipo, e mesmo assim, ainda sobraria dinheiro para ele esbanjar, e pagar mulheres e homens para estarem artificialmente com ele.

Mas não, Pedro optou por um caminho, caminho este que é defendido por aqueles que foram alienados por um discurso de inversão de valores: Optou pelo seu magnânimo direito de ser um extremo egoísta, individualista, narcisista, para o qual o fato de milhões, bilhões estarem passando fome, sendo comidos vivos por urubus, e viverem dezenas de gerações no ciclo eterno da inércia da pobreza, assim como João e seus irmãos, não faz a menor diferença. Afinal, Pedro deu sorte, e ter sorte não é culpa dele, ora bolas!!! Ou talvez, Pedro tenha se esforçado e por isso merece tudo que tem, enquanto João não se esforçou suficientemente. Ou seja, culpa do João, incompetente!

por Miguelito nervoltado

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Quando vi esse vídeo a primeira vez, pensei na palavra fútil.

Depois me veio desonroso. Pois pensei num pai de família que “subiu” de classe recentemente e hoje pode não só comer melhor, mas prover educação para um filho pagando sua faculdade, por exemplo.

Façamos outra conta: se a média do salário do brasileiro é de R$1507 (dados divugados em Setembro, provenientes do PNAD 2012 – aqui), por ano, ganha-se R$20.000, tomando em valor bruto e arredondando o valor pra facilitar. Nessa linha, o assalariado precisa economizar por três anos para “curtir” um camarote, como o tal sujeito curte; e, lembrando, sem gastar mais nada com outra coisa.

Mas o que mais me incomodou foi a utilização do verbo agregar. Quando se fala em agregar, penso em algo que realmente traz benefícios, melhora, acresce de alguma forma. E, nem o vídeo, nem o comportamento, nem a utilização do termo “mandamentos” agrega!

O vídeo é tão patético, que inúmeras imitações e paródias surgiram e surgirão.

Ele mostra apenas a futilidade dele e das pessoas que usufruem do dinheiro dele. E, seguindo a cartilha capitalista, cria um ponto inatingível, de desconforto na sociedade, de desejo de consumo; para que o filho daquele cidadão que melhorou de vida e está feliz com suas conquistas, se revolte por ser “muito pobre” e se frustre por não atingir o nível do tal “Rei”.

É isso que a Veja quer. Aliás, não esperava nada diferente dessa revista.

por Celsão revoltado

P.S.: escrevemos nossos textos separadamente e os postamos sem adaptações.

figura retirada no vídeo do youtube da Veja SP (aqui)