A palavra crise é muito ampla e abrange muitas problemáticas.
Existem crises econômicas, onde pode crescer o desemprego, ou o sistema financeiro entrar em colapso, ou governos se endividarem visando evitar a falência do setor privado, etc.
Há também as crises sociais, onde as diferentes camadas sociais podem entrar em conflito, onde religiosos extremistas e progressistas liberais entram em atrito, onde os marginalizados se revoltam contra os privilegiados, e assim por diante.
Há também crises étnicas, onde diferentes povos, comunidades, etnias são convencidos a se odiarem e entram em conflito.
Há crises políticas. Há crises até nas ciências quando uma nova teoria ou tecnologia vem desmontar tudo aquilo que se acreditou até o momento.
Além disso, também há as crises individuais internas, onde o ser humano entra em conflito com seu próprio “eu”, e tem dificuldade de se aceitar, ou se encarar, ou de modificar-se, evoluir, ou até mesmo, de se encontrar como indivíduo. Dentro destas, há as crises existenciais onde toda nossa vida parece não fazer mais sentido, e passamos a nos indagar sobre tudo que somos, fazemos, pensamos.
Há crises de relacionamentos, seja com amigos, entre parentes, ou entre cônjuges.
Há crises de amor, quando por algum motivo somos obrigados a não mais ter ao nosso lado o cônjuge amado. Neste momento, pisamos, porém o chão não mais ali está.
Crises existem e não podem ser evitadas, pois a vida não é regida por uma equação matemática com poucas simples variáveis, mas sim uma equação de infinitas complexas variáveis e, justamente por isso, a vida tende a ser regida pela teoria do caos, onde quase nada pode ser previsto ou pré-definido. Claro, podemos direcioná-la e aumentar as chances de certas coisas acontecerem, mas garantir algo para o futuro, ninguém pode.
Portanto, uma vez que não se pode evitar crises e tampouco podemos garantir os rumos da vida, restam duas escolhas:
Ou sempre que uma crise acontecer, nos rendemos e nos entregamos, deixando com que ela nos vença e nos destrua. Assim sucumbimos como seres, e nos tornamos uma partícula inerte e descartada pelo universo.
Ou usamos a crise para refletir, pensar, agir, lutar para superá-la, e assim, sair desta mais fortes do que entramos. Usamos a crise para aprender e evoluir, para criarmos e produzirmos, para destituirmos o normal e rotineiro, e fazermos surgir uma nova realidade, novos sistemas, novos comportamentos. (Clique AQUI para assistir a um maravilhoso vídeo de apenas 5 minutos)
Complementando esta reflexão, deixo aqui algumas palavras de Albert Einstein sobre esta problemática:
“Não pretendemos que as coisas mudem se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor benção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos.
A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ficar “superado”.
Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais os problemas do que as soluções. A verdadeira crise é a crise da incompetência. O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar as saídas e soluções fáceis.
Sem crise não há desafios, sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um.
Falar em crise é promovê-la, e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo.
Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la.”
por Miguelito Filosófico
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