Bate bola, jogo rápido: Aulinha de história, bem simples.
Todo brasileiro sabe que Aécio é neto, por parte de mãe, de Tancredo Neves. Tancredo foi deputado, senador, ministro de Getúlio Vargas, primeiro ministro de Jango e governador de Minas Gerais no período militar; presidente eleito indiretamente após grande pressão popular do “Diretas Já”! Faleceu na véspera de sua posse, e virou um símbolo de luta contra a ditadura militar. (Leia mais AQUI).
Mas, a história de Tancredo, apesar de ter sido ele realmente um político talentosíssimo e super importante para o Brasil, sempre omite alguns detalhes. Faz-se parecer que Tancredo foi um guerreiro contra a Ditadura Militar, um líder da luta pela democracia. Ora bolas, sabemos que no período militar, qualquer pessoa, artista, intelectual ou político que se opusesse deliberadamente ao regime, era exilado ou preso, torturado e muitas vezes morto pelos militares. Mas, antagonicamente a isso, Tancredo continuou a construir sua carreira política neste período. Isso só foi possível devido ao seu comportamento pacífico e obediente ao sistema (aos militares).
Além disso, Tancredo participou da primeira tentativa de golpe em Jango. (Clique AQUI para ler mais sobre o episódio).
Lembremos também que ele foi eleito indiretamente, ou seja, por votação parlamentar, e não por votação da sociedade. Tancredo foi escolhido por um colégio eleitoral do Congresso vigente na época, Congresso esse, majoritariamente “simpático” ao regime militar, uma vez que os não simpáticos não permaneciam no Congresso e sofriam as penalizações mencionadas acima.
Assim sendo, podemos falar que Tancredo foi tudo, menos herói da luta pela democracia.
Bom, este é um lado da família de Aécio. Mas também há o outro lado, o qual parece que Aécio gosta de tentar omitir em suas biografias.
Aécio da Cunha, pai de Aécio, foi deputado Federal pelo ARENA, e pelo PDS. (Leia mais AQUI).
Mas, o que isso significa?
Alguém se lembra do partido ARENA?
Aliança Renovadora Nacional (ARENA) foi um partido político brasileiro criado em 1965 com a finalidade de dar SUSTENTAÇÃO política ao governo militar instituído a partir do Golpe de Estado no Brasil em 1964.
Á partir de 1979, a ARENA foi rebatizada de Partido Democrático Social (PDS). Mais tarde, um grupo de políticos do PDS abandonou o partido e formou a “Frente Liberal”, a qual, depois, tornou-se o Partido da Frente Liberal (PFL), atual DEM. (Clique AQUI e leia mais sobre a história da ARENA).
ARENA, PDS, PFL, DEM = nomes diferentes para o mesmo partido, mesmas ideologias, partido de ultradireita, fascista e sustentáculo do período militar, hoje saudosos desse período. E, onde o pai do Aécio fez sua carreira política, e onde Aécio começou sua carreira, trabalhando como secretário.
Além de ter sido criado e ter trabalhado nesse cenário de vínculos com a ditadura militar e todas as ideologias que ela carrega, ainda lembremo-nos do fato de que o DEM já há décadas é o fiel escudeiro do PSDB, ajudando claramente na guinada do PSDB para a direita reacionária.
O outro avô de Aécio Neves, agora por parte de pai, foi Tristão Ferreira da Cunha, político conservador, que assinou o Manifesto dos Mineiros contra Getúlio Vargas. Tanto Tristão da Cunha quanto Aécio da Cunha (seu filho), participaram do golpe militar em 1964 e receberam dinheiro dos EUA para organizar o mesmo.
Bolsonaro, um dos deputados mais votados do Brasil, é o principal representante no Congresso do saudosismo ao período militar e de ideais ultra conservadores, racistas, homofóbicos, machistas, de extrema direita. Bolsonaro apoia, coerentemente, Aécio nessas eleições.
Caso você não tenha conseguido captar o que estou querendo passar, vou ser mais claro: há uma conexão direta entre os militares do período militar e o projeto de governo do candidato Aécio. A conexão é a ideologia ultradireita, anti-povo, a favor da elite empresarial e completamente voltado para os interesses estrangeiros no Brasil, em detrimento dos interesses de nosso próprio povo. Há outras características parecidas também, como a tendência à censura da mídia e de cidadãos.
Para ler mais sobre esta parte da história de Aécio, omissa em suas biografias, clique AQUI.
por Miguelito Formador